O Brasil tem 1,2 milhão de motoristas por aplicativo, que trabalham principalmente nas plataformas Uber e 99. Para muitos brasileiros, trabalhar no ramo pode ser um complemento na renda ou até uma forma de sustento. É o caso de Kelcios da Silva, que há três anos deixou de ser consultor de seguros para se tornar motorista.
“Me vi em um momento em que devo ir para o aplicativo para sustentar não só a mim, mas também minha família”, afirma. Como ele, muitos pensam em entrar no ramo, mas é preciso planejamento, já que a renda líquida para 40 horas semanais de trabalho pode oscilar entre R$ 2.825 e R$ 4.756 por mês, segundo levantamento da Amobitec e Cebrap.
Entre os fatores que mais contribuem para a redução do faturamento estão os custos com manutenção dos carros, combustível e taxas das plataformas. Elizangela roda 60 horas por semana e ganha, em média, R$ 3 mil. “Depende muito do mês. Meses que têm feriados às vezes afeta muito no nosso ganho. Às vezes a gente tira até menos”, pontua a motorista.
Para Fábio Tozi, professor do Departamento de Geografia da UFMG, trocar um trabalho CLT de 44 horas semanais e com garantias por trabalhar de forma autônoma em aplicativos pode ser arriscado. “Direitos mínimos, como descanso semanal remunerado, não existem. Então 50 horas de trabalho por semana, por exemplo, é uma jornada muito pesada”, analisa.
