Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, chegou nesta terça-feira em Taiwan. Pelosi afirmou que a visita dela "honra o compromisso inabalável dos Estados Unidos em apoiar a vibrante democracia de Taiwan".
A visita dela a Taiwan aumenta as tensões entre China e Estados Unidos. O governo chinês considera uma provocação norte-americana. A China considera Taiwan o uma de suas províncias históricas, mas não tem o controle sobre o território. Taiwan tem uma população de mais de 24 milhões de pessoas.
Pelosi afirmou que a solidariedade dos americanos com o território é "mais importante do que nunca", pois - segundo ela - "o mundo enfrenta uma escolha entre autocracia e democracia".
A aliada de Joe Biden, que deve se encontrar nesta quarta-feira (2) com a presidente da ilha, disse também que as discussões com os líderes de Taiwan vão reafirmar apoio dos Estados Unidos ao parceiro e à promoção dos interesses compartilhados.
Nancy Pelosi afirmou ainda que a visita não contradiz a política de longa data do governo americano e garantiu que o país continua contra o que chamou de "esforços unilaterais para mudar o status quo".
Vale lembrar que Washington apoia o princípio de "uma só China", rejeitando o reconhecimento da independência de Taiwan. Mesmo assim, os americanos são os principais parceiros militares da ilha, e Joe Biden já afirmou que defenderá o território se Pequim decidir tomar a região à força.
Minutos antes da presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos desembarcar, a mídia estatal chinesa publicou que jatos de guerra de Pequim cruzaram o Estreito de Taiwan.
Mais cedo, a China já havia enviado diversos caças para a região próxima à "linha média" do Estreito. Essa é considerada a fronteira militar não oficial entre a China Continental e a ilha. Apesar das recentes ameaças do governo Xi Jinping, esse tipo de operação é considerado incomum.
Diante dessas tensões, os Estados Unidos posicionaram ao menos quatro navios de guerra próximo ao território de Taiwan. Os americanos, no entanto, dizem que essa é uma operação de rotina.
A Rússia disse também considerar a visita da presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos a Taiwan como uma "provocação".
Para o Ministério das Relações Exteriores russo o objetivo dos americanos é pressionar Pequim. Ao reforçar o comprometimento com o princípio de "uma só China" - que exclui a ideia de independência de qualquer território do país -, Moscou garantiu que é totalmente contra a ideia de uma soberania total de Taiwan.
A Rússia vem se aproximando cada vez mais dos chineses nos últimos anos. No começo de 2022, o presidente Vladimir Putin se encontrou com Xi Jinping e anunciou uma parceria estratégica classificada como "sem limites".