Notícias

"O presidente está perdido", afirma ex-ministro Aldo Rebelo sobre Conselho da República

Político alagoano analisou o discurso e as atitudes de Bolsonaro no feriado de 7 de Setembro

Da Redação, com BandNews FM

O ex-ministro da Defesa, Aldo Rebelo, conversou sobre as manifestações e o discurso de Bolsonaro, nesta terça-feira (7), com a BandNews FM. O político alagoano comentou a convocação do Conselho da República feita pelo presidente, que  supostamente se reunirá nesta quarta-feira.

“Na minha opinião, o presidente está perdido. Ele provocou uma situação para a qual ele não tinha saída, que é esse confronto com os poderes”, avalia Rebelo. “Bolsonaro teme decisões do Supremo que podem alcançar figuras próximas ao governo, nessa área de fake news e outros tipos de crimes que são investigados também pelo Ministério Público e pela Pol[ícia Federal”

Para Rebelo, a reação de Bolsonaro é compreensível, mas reage de forma errada. “Ele podia reagir com argumentos, não com ameaças contra o poder judiciário e seus integrantes”, afirma.

O político do Solidariedade afirma que, ciente do problema que seria convocar manifestantes para ocupar o STF, Jair Bolsonaro convocou o Conselho. “Sem pauta, sem agenda, sem objetivo, ele vai oferecer a palavra, o palanque e a tribuna para os adversários dele. Não é uma instância controlada por ele, e ele deve saber disso”, avaliou.

Rebelo ainda destacou que quando Bolsonaro constrói um discurso contra o STF, contra a segurança do voto e outras instituições que garantem a democracia, abre-se caminho para a agressividade. “Ao construir a desconfiança nas eleições, ele naturalmente estimula que o método que resta é o da violência”.

Proximidade das Forças Armadas

O ex-ministro da Defesa acredita que a instituição das Forças Armadas não participa dos protestos pró-intervenção. Fora Pazuello, o Rebelo afirma que apenas membros da reserva costumam participar de protestos e eles seriam vistos quase como civis dentro da corporação.

“O Minsitro da Defesa parece querer tornar o exército um braço político do presidente, mas acho que não conseguirá. As Forças Armadas sabem que isso significaria o fim dela como uma instituição do Estado”, garantiu Rebelo. “Ninguém vai financiar um partido político com tanques. Ou eles são instituições do Estado ou não têm sentido de existir”.

Mais notícias

Carregar mais