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O que se sabe sobre plano criminoso de "enforcar Moraes em praça pública"

Planejamento de atentado foi revelado pelo próprio ministro do STF em entrevista

da Redação com Rafael Procópio

Na semana que marca um ano dos atos criminosos de 8 de janeiro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes revelou que, durante investigação dos atentados em Brasília, descobriu três planos de “golpistas” que pretendiam matá-lo – em um deles, a ideia seria enforcá-lo na Praça dos Três Poderes. 

As declarações foram dadas pelo magistrado, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao jornal O Globo. 

O que se sabe sobre o plano

  • De acordo com Moraes, o primeiro plano previa que as Forças Armadas o prendessem e o levassem de Brasília para Goiânia;
  • No segundo, os criminosos “se livrariam de seu corpo” nesse trajeto – ou seja, um homicídio;
  • Já no terceiro, “de uns mais exaltados”, segundo as palavras do ministro, ele deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes.
Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição (...). Não poderia esperar de golpistas criminosos que não tivessem pretendendo algo nesse sentido. Mantive a tranquilidade. Tenho muito processo para perder tempo com isso. E nada disso ocorreu, então está tudo bem

Suposta participação da Abin

Em determinado trecho da entrevista, Moraes diz que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) esteve envolvida nos planos. De acordo com ele, integrantes da instituição “monitoravam seus passos para quando houvesse necessidade de realizar essa prisão”. 

Após a citação, servidores da Abin divulgaram nota manifestando “consternação” com as declarações que indicam “suposto envolvimento do órgão no planejamento de atentado contra a vida” de uma autoridade.

Os funcionários afirmam no comunicado ainda que “durante a maior parte do governo anterior, a agência esteve sob gestão de servidores de outro órgão, durante a qual houve ocupação de cargos por indicação exógena em quantidade inédita na história da Abin, situação que perdurou até março de 2022”.

"Gravíssimo e inaceitável"

O ministro interino da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, afirmou que a existência desse suposto plano revela a gravidade do que estava em curso no Brasil. “Gravíssimo e inaceitável cogitarem atentar contra a vida de um ministro da Suprema Corte do Brasil”, afirmou a jornalistas. 

“O plano contra o ministro Alexandre de Moraes indigna todos os democratas. Iremos às últimas consequências para identificar e punir todos os responsáveis. [Eles] acertarão suas contas com a Justiça e com a história”, completou nas redes sociais. 

Atos de 1 ano do 8 de janeiro

Mesmo sem identificar ameaças à segurança do evento marcado para o próximo dia 8 de janeiro, mais de 2 mil policiais militares do Distrito Federal devem fazer o patrulhamento ostensivo em Brasília. 

O número é quase quatro vezes superior ao do último dia 8 de janeiro, quando foram empregados 580 PMs na Esplanada, segundo relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigou os atos criminosos daquele dia.  

A estratégia para a segurança da Esplanada foi pactuada nesta quinta-feira (4) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e pelo Governo do Distrito Federal (GDF), que assinaram um protocolo de ações de segurança no Palácio do Buriti, sede do GDF, em Brasília.

A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, destacou que, mesmo sem ameaça detectada, haverá agentes suficientes para qualquer situação. “Será um dia de tranquilidade, um dia de monitoramento e de tranquilidade realmente aqui no Distrito Federal”, ponderou.

A segurança é para o ato marcado no Congresso Nacional, que marcará o primeiro ano do último 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, inconformados com o resultado do processo eleitoral, promoveram tentativa frustrada de golpe de Estado. 

A cerimônia foi uma proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e deve contar com a presença dos presidentes do Executivo, Legislativo e Judiciário, além de governadores, parlamentares, representantes da sociedade civil e ministros e representantes dos tribunais de Justiça e assembleias legislativas.

Com informações da Agência Brasil

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