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Peru antecipa eleições presidenciais para abril de 2024

Governo quer acabar com protestos pela destituição de Pedro Castillo

Da Redação, com agência pública RTP

Presidente do Peru, Dina Boluarte, que assumiu o cargo após prisão de Pedro Castillo
Presidente do Peru, Dina Boluarte, que assumiu o cargo após prisão de Pedro Castillo
REUTERS/Sebastian Castaneda/File Photo

O Parlamento peruano antecipou as eleições presidenciais para abril de 2024, numa tentativa de colocar um ponto final na agitação popular desencadeada pela destituição do presidente Pedro Castillo

O embaixador mexicano em Lima foi expulso e acusado de "interferência" no governo de Dina Boluarte. Os manifestantes pedem a antecipação das eleições, e o Congresso votou, nessa terça-feira (20), a antecipação da data de 2026 para abril de 2024. 

Na sessão plenária, a proposta, que exigia 87 votos a favor, obteve 93 - 30 deputados votaram contra e um se absteve. A decisão estabelece que a atual presidente, Dina Boluarte, entrega o cargo em junho de 2024 ao vencedor das eleições. 

Segundo as últimas pesquisas, 83% dos eleitores são a favor de votações antecipadas para pôr fim à crise gerada pela demissão, em 7 de dezembro, do presidente de esquerda, Pedro Castillo. Os protestos começaram em 7 de dezembro em várias regiões do Peru, particularmente na capital Lima e na parte sul dos Andes peruanos

A destituição ocorreu depois de Castillo ter anunciado a dissolução do Parlamento e a criação de um Executivo de emergência, que governaria por decreto, medida interpretada majoritariamente como tentativa de golpe de Estado. 

Os manifestantes exigem a demissão da presidente Dina Boluarte (ex-vice-presidente), que substituiu Castillo no âmbito da sucessão constitucional e fechamento do Congresso. Desde então, têm surgido protestos e, segundo o último relatório do gabinete do provedor de Justiça, 21 pessoas foram mortas e mais de 650 feridas em confrontos entre manifestantes e forças de segurança. 

As ligações aéreas foram retomadas no aeroporto de Inca Manco Capac em Juliaca, na Região Sul do Peru, após seis dias. 

As visitas à famosa Machu Picchu estão suspensas desde 14 de dezembro para garantir a segurança dos turistas. 

Embaixador do México expulso 

O governo peruano anunciou a expulsão do embaixador do México em Lima, em resposta à “interferência” que o governo de Dina Boluarte atribui a “altas autoridades mexicanas”, e deu 72 horas para ele deixar o país. “Informo que o governo do Peru declarou o embaixador do México, Pablo Monroy, persona non grata, devido às repetidas manifestações das mais altas autoridades daquele país, que constituem ingerência nos assuntos internos e violam o princípio da não intervenção", disse em comunicado a ministra dos Negócios Estrangeiros, Ana Cecilia Gervasi. 

Pedro Castillo foi detido por rebelião e pediu asilo à embaixada mexicana. Na terça-feira, o governo peruano concedeu autorização para que a família do presidente deposto pudesse deixar o país. 

O governo do México confirmou, entretanto, que tinha concedido asilo político à família de Pedro Castillo e que ela já se encontravam em território mexicano.

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