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Protestos contra Netanyahu e pela libertação de reféns seguem em Israel

Os locais das manifestações são os mesmos para os quais houve pedidos para que a população não saísse de casa: Telavive, Jerusalém e Beersheva

Por Moises Rabinovici

Protesto em Israel
Protesto em Israel
REUTERS/Ronen Zvulun

Mesmo com Israel sob alerta máximo para um ataque iraniano, os israelenses estão nas ruas, neste sábado à noite (horário local), para protestos contra o governo Netanyahu e pela libertação dos reféns em Gaza. 

Os locais das manifestações são os mesmos para os quais houve pedidos para que a população não saísse de casa: Telavive, Jerusalém e Beersheva. Protestos estão marcados também para a casa do primeiro-ministro em Cesarea.

Se o Irã lançar mísseis contra a multidão, e eles não forem interceptados, poderá ocorrer um massacre. 

Enquanto a atenção está voltada para o sul do Líbano, de onde o Hezbollah lançou mísseis e drones explosivos, neste sábado, a marinha iraniana apreendeu um navio de bandeira portuguesa, “ligado a Israel”, no Golfo de Hormuz. A abordagem do navio MSC Aries, com 25 tripulantes, foi feita por helicóptero. 

O dono do Aries é a empresa Gortal Shipping, parceira da Zodiac Maritime, cujo proprietário seria israelense. O navio tinha zarpado dos Emirados Árabes Unidos com destino à Índia. Com a notícia de sua captura, os EUA enviaram mais aviões e navios de guerra para o Oriente Médio.

Na Cisjordânia, a tensão pré-guerra com o Irã explodiu em violência com o encontro do corpo de um garoto de 14 anos, Binyamin Ahimeir, morto a tiros numa operação atribuída a terroristas. 

Os colonos vizinhos a Doma, um vilarejo árabe, perto do qual estava o corpo do garoto sumido desde sexta-feira, jogaram pedras, dispararam e incendiaram casas em vingança, até que o exército controlou a situação. O ministro da Defesa Yoav Gallant condenou quem queira fazer justiça com as próprias mãos.

O editorial deste sábado do jornal New York Times foi reproduzido pela imprensa online israelense (no sábado, por ser shabat, não há jornais impressos), porque coloca em questão a ajuda incondicional dos EUA a Israel. Alguns trechos:

“Os Estados Unidos têm apoiado Israel, diplomática e militarmente, durante décadas de guerras e crises. As alianças não são relações de mão única, e a maioria dos israelenses, incluindo os comandantes militares seniores de Israel, sabe disso. 

No entanto, o Sr. Netanyahu deu as costas aos Estados Unidos e às suas solicitações, criando uma crise nas relações EUA-Israel quando a segurança de Israel e a estabilidade de toda a região estão em jogo”.

“Os Estados Unidos não podem continuar a ser fiéis a um líder israelense fixado em sua própria sobrevivência e na aprovação dos fanáticos que ele abriga (...) Netanyahu e a linha dura de seu governo romperam esse vínculo e, até que ele seja restabelecido, os Estados Unidos não poderão continuar, como têm feito, a fornecer a Israel as armas que têm usado em sua guerra contra o Hamas”.

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