O chefe do Estado-Maior da Ucrânia anunciou que suas tropas já controlam 1.263 quilômetros quadrados do distrito de Kursk, na Rússia, na ofensiva surpresa que começou há 14 dias. O território conquistado é maior do que o invadido pelo exército russo em toda as frentes ucranianas desde o começo deste ano.
O avanço da Ucrânia ficou mais lento, porém é contínuo. O presidente Putin ordenou ao seu Ministério da Defesa uma limpeza ucraniana de toda a região de Kursk até 1º de outubro.
A Ucrânia permitiu a entrada de jornalistas em seus centros de detenção de soldados russos. São jovens conscritos, inexperientes, mal armados, às vezes com apenas uma pistola, e estão sendo bem tratados como moeda de troca entre prisioneiros. A última troca ocorreu em julho, com 190 prisioneiros de ambos os lados.
O presidente Zelensky declarou a diplomatas em Kiev, na segunda-feira, que “essa operação (Kursk) é o nosso maior investimento no processo de libertação de homens e mulheres ucranianos do cativeiro russo”. E arrematou: “Já capturamos o maior número de prisioneiros russos até agora em uma única operação”.
Pela lei russa, os recrutas com menos de quatro meses de treino não devem ser mobilizados para combate. A maioria se rendeu sem reagir quando confrontados com as forças ucranianas. O total de soldados capturados é calculado em 2 mil. Abaixo-assinados de 10 mil familiares apelam ao presidente Putin “a salvar as vidas dos soldados que não estão preparados para a ação militar”. Lembram também de “promessas de que eles não participariam de combates”.
Um dos objetivos da invasão ucraniana na Rússia seria o de obrigar a transferência de forças russas que pressionam a Ucrânia a oeste. Mas isso não ocorreu, até agora, com o Kremlin decidindo pelo envio dos recrutas.