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CPI retoma depoimentos com ex-secretário de Saúde do Amazonas

Marcellus Campelo é investigado pela Polícia Federal e foi alvo de operação sobre direcionamento de contratos superfaturados

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Marcellus Campelo perdeu o cargo de secretário de saúde do Amazonas após operação da Polícia Federal
Marcellus Campelo perdeu o cargo de secretário de saúde do Amazonas após operação da Polícia Federal
Foto: Secom/AM

O ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campelo será ouvido nesta terça-feira (15) na CPI da Pandemia, abrindo os trabalhos da sétima semana da comissão. A reunião está marcada para às 9h, mas atrasos são comuns no início dos trabalhos. Os parlamentares querem saber sobre a crise da falta de oxigênio hospitalar no estado no início do ano e pretendem aprofundar as investigações sobre suspeitas de desvios de recursos públicos na compra de respiradores e na construção de um hospital de campanha na capital amazonense.

Os senadores já aprovaram a quebra dos sigilos telefônico e telemático do ex-secretário, que foi preso durante uma operação da Polícia Federal no mês passado que apurava irregularidades na gestão da saúde do Amazonas. Marcellus Campelo perdeu o cargo após a prisão temporária no caso da investigação sobre o direcionamento de contratos de um hospital de campanha para um grupo de empresários.

Na semana passada, o governador do Amazonas, Wilson Lima, conseguiu um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal e não compareceu à CPI. O político do PSC seria o primeiro chefe do executivo estadual ouvido na comissão, em um pleito dos senadores governistas que pretendem investigar irregularidades no uso de recursos da União destinado aos estados.

CALENDÁRIO DA SEMANA

Na quarta-feira (16), os senadores esperam ouvir o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel. O ex-juiz federal perdeu o comando do estado após um processo de impeachment encontrar irregularidades na gestão da Saúde. A compra de respiradores sem as especificações técnicas necessárias e a contratações de hospitais de campanha que nunca foram entregues são alvo da CPI da Pandemia. No entanto, o ex-governador recorreu ao Supremo Tribunal Federal para escapar do depoimento.

Na semana passada, o governador do Amazonas conseguiu habeas corpus para não comparecer ao Senado. Há o entendimento de alguns senadores e até de juristas sobre a falta de competência da CPI investigar atos nos estados.

Na quinta-feira (17), os senadores esperam colher dois depoimentos, sendo que um ainda está em análise. O empresário Carlos Wizard foi convocado para falar sobre o suposto gabinete paralelo de aconselhamento do presidente na área da saúde. O grupo, que o empresário faria parte, defende a adoção de medicamentos ineficazes cientificamente e é contrário à vacina. O milionário estaria nos Estados Unidos e pediu para depor por videoconferência. A prática foi rejeitada em outras ocasiões.

Ainda na quinta, o auditor do Tribunal de Contas da União Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques deve ser ouvido. Foi ele que produziu um relatório não técnico e sem a complacência do TCU alegando uma suposta supernotificação das mortes por Covid-19. O servidor foi afastado do tribunal e está sob investigação da Corte.

Para fechar a semana, na sexta-feira (18), uma audiência pública com defensores da cloroquina e tratamentos ineficazes cientificamente foi agendada. Os médicos Ricardo Dimas Zimmermann e Francisco Eduardo Cardoso Alves são aguardados para falar do “tratamento precoce”. A participação de ambos deve ser um contraponto aos médicos que estiveram na CPI e refutaram cientificamente as práticas sobre o uso de medicamentos para um “tratamento precoce”. A convocação da audiência pública atende a um pedido de governistas, que assim como o presidente, defendem práticas já refutadas em diferentes países do mundo.

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