A ex-deputada federal e pastora Flordelis foi condenada, neste domingo (13), a 50 anos e 28 dias de prisão pela morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, assassinado em junho de 2019. Ela foi considerada culpada pelo Tribunal do Júri de Niterói pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, além do uso de documento falso e associação criminosa armada.
Além dela, a filha biológica de Flordelis, Simone dos Santos Rodrigues, foi condenada a 31 anos e quatro meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado e associação criminosa armada.
Outros três réus, Rayane dos Santos, neta da pastora e filha de Simone, Marzy Teixeira e André Luiz de Oliveira, filhos adotivos da ex-parlamentar, foram inocentados.
Em depoimento no caso, a ex-deputada negou o envolvimento no assassinato e disse não saber quem matou Anderson, mas afirmou que sofria abusos do marido.
A decisão do júri foi divulgada na manhã deste domingo (13) após seis dias de julgamento.
A defesa de Flordelis afirmou que irá recorrer da sentença, enquanto o Ministério Público anunciou que vai recorrer da inocência dos demais réus.
A ex-deputada está presa desde abril de 2021, quando perdeu o foro privilegiado da Câmara dos Deputados ao ter o mandato cassado pelos pares.
OUTROS FILHOS CONDENADOS
O pastor Anderson do Carmo foi executado na casa da família em Niterói em 2019. Vários membros da família foram investigados no processo. Em um primeiro julgamento, em novembro de 2021, o filho biológico do primeiro casamento de Flordelis, Flávio dos Santos Rodrigues, foi condenado a 33 anos e três meses de prisão por ser o executor do padrasto. Ele atirou no pastor.
Flávio já havia confessado em depoimento ter matado Anderson. Segundo ele, o motivo foi um abuso sexual cometido pelo pastor contra uma das sobrinhas.
A defesa, entretanto, afirmou que o rapaz foi torturado para confessar um crime que não cometeu.
No mesmo julgamento foi condenado o filho adotivo de Flordelis, Lucas de Souza. Em depoimento ele afirmou que Marzy e Rayane tentarem convencê-lo de matar o pai adotivo, mas que ele se negou. Ele admitiu ter auxiliado Flávio na compra da arma do crime, mas chegou a mudar a versão dos fatos. Lucas foi condenado pela participação no assassinato.
