O Ministério Público Federal denunciou, nesta quinta-feira (21), Amarildo da Costa Oliveira (conhecido pelo “Pelado”), Oseney da Costa de Oliveira (“Dos Dantos”) e Jefferson da Silva Lima (“Pelado da Dinha”) por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver pelos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. A ação continua em segredo de Justiça.
No documento, o MPF explica que Amarildo e Jefferson confessaram o crime, enquanto Oseney teve a participação comprovada por depoimentos de testemunhas. O documento também apresenta prints de conversas que cita os resultados de laudos periciais.
Segundo as investigações, Bruno teria pedido para Dom fotografar o barco dos acusados, o que é classificado pelo MPF como motivo fútil e pode agravar a pena.
Bruno foi morto com três tiros, sendo um deles pelas costas, sem qualquer possibilidade de defesa, o que também qualifica o crime. Já Dom foi assassinado apenas por estar com Bruno, de modo a assegurar a impunidade pelo crime anterior.
O assassinato do indigenista e do jornalista ocorreu no dia 5 de junho quando ambos faziam uma incursão para a produção de um livro e uma reportagem no Vale do Javari, no Amazonas. Eles desapareceram no trajeto entre a comunidade de São Gabriel a Atalaia do Norte, viagem que duraria três horas por rio.
Na época, ambos ficaram dez dias desaparecidos e as buscas foram comandadas pela Polícia Federal, Exército, Marinha, indígenas da região e as forças de segurança do Amazonas.
A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, a Univaja, afirmou à época que Bruno tinha recebido ameaças de pescadores e garimpeiros ilegais da região.
