Deve durar até o dia 8 de dezembro o julgamento, por homicídio involuntário, da companhia aérea Air France e da fabricante de aviões Airbus sobre o acidente que matou 228 pessoas em um voo da rota Rio de Janeiro-Paris em 2009. O caso foi reaberto em 2021, depois que familiares das vítimas e sindicatos de pilotos na Europa recorreram do arquivamento, realizado em 2019.
O novo julgamento teve início nesta segunda-feira (10), no Tribunal de Paris. Durante a sessão, foram lidos os nomes das vítimas. Segundo informações da imprensa francesa, representantes das empresas se declararam inocentes e foram alvos de protestos de mais de 50 parentes que estavam presentes na sessão.
A investigação sobre o acidente concluiu que os pilotos não conseguiram retomar o controle da aeronave depois de receberem informações desencontradas sobre a velocidade do avião, por causa do congelamento das sondas externas do aparelho.
Na análise do especialista em aviação Lito Sousa, os trabalhos do Escritório de Investigações e Análises, autoridade francesa responsável pela investigação de acidentes aéreos, foram importantes para o acompanhamento do caso. Ainda segundo ele, a tragédia causou uma reflexão no setor.
Desde o acidente, famílias, sindicatos e empresas trocam acusações a respeito de dados e sobre os papéis dos pilotos e das companhias no acidente. Cinco anos depois, a Agência Civil Francesa concluiu que os pilotos foram responsáveis pela perda do controle do avião após uma série de falhas técnicas.
De acordo com o Ministério Público da França, no início do julgamento foram formadas 489 partes civis, sendo 13 pessoas jurídicas e 476 pessoas singulares.
Em 1º de junho de 2009, o avião que fazia o voo AF447 entre Rio de Janeiro e Paris caiu no meio do Oceano Atlântico, à noite, 3 horas e 45 minutos depois de decolar do Aeroporto Internacional Tom Jobim. Duzentos e dezesseis passageiros e 12 tripulantes morreram.