Há seis anos, um ambulante aguarda para fazer uma cirurgia reparadora na uretra. André Luiz da Cruz foi atropelado em 2016 e desde então é obrigado a conviver com uma sonda, porque o poder público ignora as dores a as necessidades do morador da Baixada Fluminense.
O vendedor é paciente do Hospital Moacyr do Carmo, de responsabilidade da Prefeitura de Duque de Caxias. Já foi a unidade seis vezes. Só no último suposto atendimento, ele foi informado que a cirurgia deve ser feita no Hospital Federal de Ipanema. O ambulante foi orientado a ir pessoalmente à unidade, que fica na Zona Sul do Rio e a cerca de 30 quilômetros de distância.
Além do tempo, André Luiz ainda teve o gasto com passagens à toa. Ao chegar lá, foi informado de que não havia encaminhamento nenhum.
Em nota, o Ministério da Saúde confirmou que o ambulante não foi encaminhado para realizar o procedimento pela Prefeitura de Duque de Caxias. A Secretaria estadual de Saúde informou que a Central Estadual de Regulação, órgão responsável por organizar os pacientes em uma fila de espera para transferência, informou que não há registro de solicitação para regular o paciente André Luiz da Cruz.
Apesar dos posicionamentos dos governos federal e estadual, além do próprio paciente, que não consegue dar entrada na cirurgia, a Prefeitura de Duque de Caxias insistiu em manter a versão de que seguiu todos os trâmites burocráticos e que, dessa forma, está tudo certo para o ouvinte dar entrada na cirurgia de uretra.