Audiência é realizada para debater precariedade dos hospitais federais

A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, ainda estuda medidas a serem adotadas

Por Guilherme Faria (sob supervisão)

Audiência é realizada para debater precariedade dos hospitais federais
Ministra da Saúde, Nísia Trindade
Antônio Cruz/Agência Brasil

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, ainda estuda medidas a serem adotadas para resolver os problemas dos hospitais federais no Rio de Janeiro. A informação é da diretora do Departamento de Gestão Hospitalar no Rio, Teresa Navarro Vannucci, que participou de uma audiência realizada na Câmara Municipal nesta terça-feira (25).  

As seis unidades em funcionamento no Rio são alvo de uma série de denúncias de precariedade e sofrem com problemas como déficit de profissionais, desabastecimento generalizado e redução no orçamento de insumos.  

Além disso, parte dos servidores está em greve há mais de um mês. Entre as demandas, estão mais verbas para os hospitais, a realização de um concurso público para cobrir a falta de pessoal, o pagamento do grau máximo do adicional de insalubridade e o respeito integral ao piso da enfermagem.  

Representante do Ministério da Saúde na audiência, a diretora do DGH, Teresa Navarro Vannucci, afirmou que a solução dos problemas é complexa:

De fato, o problema dos hospitais federais que estão hoje no município do Rio de Janeiro é um problema crônico, que acontece há pelo menos vinte anos. Eu entrei na rede em 2005, como médica intensivista do plantão do CTI do Hospital Federal do Andaraí, e nós já tínhamos problemas há vinte anos. Então são problemas crônicos. Devido a essa cronicidade de problemas, a gente entende que as soluções não são fáceis, as soluções são muito complexas.

Ainda segundo a diretora do DGH, mais de 450 profissionais começam a trabalhar nos hospitais federais a partir desta semana, após a realização de um processo de contratação.  

A audiência foi convocada pela Comissão de Higiene, Saúde Pública e Bem-estar social da Câmara e contou, também, com a participação de representantes dos servidores federais, que voltaram a defender as pautas da greve. A ministra foi convidada, mas não compareceu.

O presidente da comissão, vereador Paulo Pinheiro, afirmou que vai solicitar uma audiência de urgência com a chefe do Ministério da Saúde, Nísia Trindade, para tratar dos problemas nos hospitais federais do Rio:

Eu vou procurar os deputados federais das bancadas do Rio de Janeiro e solicitar em caráter de urgência uma audiência com a Ministra Nísia Trindade. Uma audiência dos deputados, mas a Comissão de Saúde vai solicitar que possa participar, para que nós possamos ter uma conversa com a ministra sobre uma série de fatos que a gente não consegue discutir constantemente e obter dela quais são os caminhos e qual o prazo para isso a solução para os problemas.

Servidores ouvidos pela BandNews FM afirmam que ainda não há previsão para o fim da greve. Segundo eles, a categoria quer negociar a situação particular do Rio com o Governo Federal.  

Em nota, o Ministério da Saúde disse que a prorrogação de mais de 1,7 mil de contratos que se encerrariam em maio e a convocação de 475 profissionais deve levar à reabertura de 87 leitos nos hospitais federais e que a resolução de questoes de infraestrutura deve gerar a reabertura de mais 61 leitos nos próximos meses. O Ministério disse ainda que está disponível para ouvir todas as reivindicações da categoria.

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