O modelo Bruno Krupp já está com tornozeleira eletrônica e terá que cumprir recolhimento domiciliar noturno. O acusado de atropelar e matar um jovem de 16 anos no ano passado deixou a prisão na tarde desta quarta-feira (29). O Superior Tribunal de Justiça revogou o mandado de prisão preventiva e substituiu por medidas cautelares.
Bruno Krupp também está impedido de deixar o país, teve que entregar o passaporte à Justiça e está proibido de dirigir.
O modelo estava preso há oito meses e vai responder ao crime de homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar, em liberdade. O acidente aconteceu no dia 30 de julho de 2022.
Nas alegações finais, o Ministério Público Estadual pediu para que o julgamento fosse encaminhado ao tribunal do Júri. A defesa de Bruno Krupp ainda não protocolou na Justiça a última etapa processual antes da definição do juiz Gustavo Gomes Kalil.
A mãe do adolescente João Gabriel Cardim Guimarães e assistente de acusação Mariana Cardim disse que espera que Bruno Krupp vá a júri popular. Ela também criticou a decisão do Superior Tribunal de Justiça.
Estou chocada. Uma decisão que dá uma medida cautelar para quem não teve cautela no ano passado. Ele não levou só a vida do meu filho embora. Ele levou a minha vida. São oito meses de medicação que eu não tomava. São oito meses morando na casa da minha tia, porque não consigo voltar pra minha casa. A forma mais justa é a população julgar o Bruno. É a população que tem diariamente uma mãe chorando pela morte de um filho por negligência. O Bruno me roubou muitos momentos, momentos que eu vivia com meu filho. O João Gabriel era extremamente amoroso, carinhoso.
Em novembro, durante audiência de instrução e julgamento do processo, Krupp confessou que pilotava a moto a mais de 100 quilômetros por hora quando atropelou João Gabriel Cardim Guimarães, na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Ele chegou a pedir desculpas à mãe e familiares da vítima. O modelo dirigia sem documento de habilitação. Um laudo pericial apontou que o influenciador digital não chegou a frear o veículo antes de atingir o jovem. A polícia também não encontrou marcas de frenagem no local do acidente.
Em nota, os advogados Ary Bergher, Rachel Glatt e Daniela Senna, que representam Bruno Krupp, disseram que o modelo foi indevidamente julgado de forma antecipada e que ele não agiu com a intenção de causar a morte do adolescente.