No segundo dia de depoimento, o réu confesso dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do Motorista Anderson Gomes, Ronnie Lessa voltou a fazer duras críticas e acusações contra a Polícia Civil do Rio de Janeiro. A declaração aconteceu nesta quarta-feira (28), em audiência no Supremo Tribunal Federal contra os réus envolvidos no caso.

A sessão teve início com questionamentos feitos pelo Procurador Geral da República, Olavo Evangelista Pezzotti. Segundo Lessa, as delegacias do Rio possuíam uma tabela de preços para pagamento de propinas por parte dos criminosos.

Na videoconferência, Lessa também denunciou corrupção na Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, quando Rivaldo Barbosa era delegado. O ex-pm afirmou que Domingos Brazão chamava Rivaldo de "topa", porque ele topava todos os crimes.

Além disso, Ronnie Lessa afirmou que a ascensão do chamado Escritório do Crime, fundado em Rio das Pedras, na Zona Oeste, aconteceu junto com a nova estrutura da investigação de crimes da DH, feita por Rivaldo. De acordo com ele, a transformação fez com que os valores das propinas ficassem maior.

Sobre os terrenos que recebeu como forma de pagamento pelo crime, Ronnie Lessa disse que os espaços pertecem a ele.

Em nota, a Polícia Civil informou eu que a declaração, por si só, não tem nenhum crédito se não tiver outros elementos que corroborem as afirmações. A instituição destacou ainda que, no fim do ano passado, a atual gestão criou um grupo de trabalho no Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa, para analisar os inquéritos de homicídios ainda sem solução e os que porventura ocorram, relacionados ao crime organizado nas suas principais frentes de atuação.

O depoimento vai ser continuar nesta quinta-feira (29).