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Por erro no projeto, ponte em Caxias vai custar o dobro do previsto

Prometida para setembro de 2022, estrutura promete encurtar em até 10 km o caminho dos moradores do bairro do Pilar

Por Pedro Dobal

Ponte ainda não foi finalizada
Ponte ainda não foi finalizada
Reprodução

A construção de uma ponte no bairro Pilar, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, vai custar o dobro do previsto e deve ser entregue mais de dois anos depois do prazo inicial.

Prometida para setembro de 2022, a estrutura promete encurtar em até 10 km o caminho dos moradores do bairro. Hoje, por exemplo, quem vai do Rio de Janeiro para o Pilar pela Rodovia Washington Luiz precisa seguir até o Arco Metropolitano e fazer o retorno. Com a ponte, seria possível acessar o bairro ainda na altura da Reduc.

As obras tiveram início em 2021, mas foram paralisadas pela metade devido a um erro de projeto. Quatro meses após o início dos trabalhos, a empresa alegou que o material previsto pela licitação era suficiente para apenas 38% do serviço.

A contratada chegou a pedir um acréscimo de R$ 15 milhões ao contrato inicialmente previsto em quase R$ 23 milhões, um aumento de 67%. O reajuste foi negado após a Procuradoria Geral do Estado apontar que o valor superava o limite de 25% previsto em lei para aditivos do tipo.

A empresa ainda pediu o reequilíbrio econômico do contrato devido aos aumentos substanciais no valor do aço, mas a Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas entendeu que a construtora assumiu os riscos, já que os preços subiram antes do envio da proposta e já eram o dobro do estimado pela empresa.

O contrato, então, foi encerrado em janeiro do ano passado e uma nova licitação foi iniciada. A vencedora, porém, foi a mesma que não conseguiu concluir a obra. Além dos R$ 9 milhões recebidos pelo primeiro contrato, a Ômega Construtora vai garantir mais quase R$ 36 milhões pela segunda licitação.

Depois de mais de um ano com o canteiro de obras parado, os trabalhos foram retomados na segunda-feira (8). A promessa é entregar a ponte até o início de dezembro.

Hoje, os moradores que passam pelo local veem apenas alguns pilares da futura construção e aguardam com ansiedade a finalização dos trabalhos.

Uma sindicância foi instaurada em novembro de 2022 para apurar a responsabilidade pelo erro no projeto, mas a pasta não respondeu qual foi o resultado.  

Em fevereiro do ano passado, o Tribunal de Contas do Estado apontou atraso na obra, projeto e cronograma desatualizados e serviço em desacordo com o previsto. Um documento obtido pela BandNews FM ainda conclui que os quantitativos foram mal calculados ou incluídos de forma incorreta no projeto básico.

Em nota, a Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas afirmou que a nova concorrência foi lançada em conformidade com os parâmetros legais e com aval dos órgãos de controle, após a identificação de uma falha na planilha orçamentária apresentada pela empresa que venceu a licitação anterior, ou seja, a mesma que ganhou a nova licitação. A pasta garante que deu início a um processo apuratório para a responsabilização pela falha na condução do processo da obra.

Já a Prefeitura de Duque de Caxias, responsável pelo projeto básico, admitiu o que chamou de erro material de difícil identificação na época, mas alegou que o erro não foi intencional. O município ainda destacou que o projeto básico foi aprovado e autorizado pelo Governo do Estado.

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