Mais de 47% dos focos de incêndio em 2024 entre os 13 países monitorados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais foram registrados no Brasil. Os dados foram divulgados pelo INPE e são referentes ao período entre janeiro até o último domingo (1).
131.178 casos já foram detectados no país. Em julho, o Brasil tinha pouco mais de 50 mil focos de incêndio registrados em 2024. Em pouco mais de um mês, o aumento foi maior do que o dobro. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o crescimento é de 97%. No domingo (1), o INPE detectou 4.117 focos de incêndio ativo.
Em 2024, dos 10 municípios com o maior número de registros, quatro são do Pará; dois do Amazonas; dois do Mato Grosso do Sul; um no Mato Grosso e mais outra cidade de Rondônia. A cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, contabilizou mais de 4 mil focos no ano.
O estado do Rio de Janeiro registrou 240 focos de incêndio no mês passado inteiro. A última vez que a unidade federativa igualou ou superou a marca foi em setembro de 2017, quando 429 casos foram identificados pelo INPE.
Junto com a seca, as queimadas prejudicam na produção de alimentos. A produtora rural Edith Mozer, de Friburgo, na Região Serrana do Rio, conta que teve problemas na colheita de inhame com prejuízo de cerca de 110 sacos de 20 quilos do legume.
Segundo o Monitor de Secas do Brasil, em julho deste ano, a seca se agravou e passou de moderada para grave em Minas Gerais e São Paulo devido à falta de chuva e piora dos indicadores.
No Centro-Norte e no Sul do Espírito Santo, parte de Minas Gerais e no Norte do Rio de Janeiro, a seca passou de fraca para moderada. O INPE também aponta que na Região Norte e Centro Oeste, houve avanço da seca extrema no Amazonas, da grave no Acre, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia.
Apesar da seca, por enquanto, de acordo com o Sistema de Informações Geográficas e Geoambientais da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, os reservatórios que abastecem o Estado do Rio de Janeiro estão com mais de 70% da capacidade máxima de volume útil. Apesar do número ser considerado razoável, o volume era de 80% há dois meses e deve chegar a 60% em outubro, o que já é esperado pelos especialistas.