A família de Cauã da Silva Santos, de 17 anos, baleado e morto na noite desta segunda-feira (4), acusa policiais militares de terem atirado contra o jovem.
Segundo os parentes, Cauã participava de um evento de luta livre, com outras crianças e adolescentes, na Rua Antônio João, na comunidade do Dourado, em Cordovil, na Zona Norte. Ele estava levando cerca de cinco jovens menores para a casa, quando os policiais teriam entrado na rua atirando. De acordo com as testemunhas, não havia criminosos no local.
A família afirma que Cauã levou um tiro no peito e foi atingido uma segunda vez, após cair no chão. Ele teria sido empurrado para um valão por um PM.
O caso aconteceu por volta das 22h30 desta segunda-feira (4), e, logo após a ação, os moradores fizeram um protesto por justiça.
O corpo de Cauã teria sido retirado do valão por um pastor e encaminhado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, pelos próprios moradores.
O tio de Cauã, Thiago Velasco, que também é presidente da Associação de Moradores do Dourado, diz que os policiais ainda recolheram as cápsulas do chão.
Cauã participava do projeto social VemCer, de luta, e fazia jiu-jitsu e grappling, uma espécie de luta livre. A família afirma que ele já tinha ganhado campeonatos individuais e se preparava para disputar o mundial de grappling neste domingo (10).
Em nota, a Polícia Civil disse que investiga o caso.
Já a Polícia Militar disse que equipes realizavam policiamento pela Rua Antônio João, perto da Comunidade da Tinta, quando criminosos armados atacaram a tiros a guarnição, houve confronto e um suspeito foi atingido.
A PM afirma que o homem tinha fugido da prisão e, com ele, foram apreendidos um rádio comunicador, drogas e R$ 39,00 em espécie. Ainda de acordo com a corporação, os policiais foram a um valão próximo, onde os criminosos teriam pulado durante a fuga, e apreenderam uma pistola e três carregadores.
Segundo a PM, as equipes foram informadas de que um homem atingido por disparo de arma de fogo deu entrada no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, e não resistiu, e que um procedimento apuratório foi instaurado para apurar todas as circunstâncias da ação.
A unidade informou que Cauã chegou morto ao hospital. O corpo dele foi liberado para o IML por volta das 8 horas desta terça-feira (5).