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Firma suspeita de controlar internet em área de milícia tem processo trabalhista

Empresa alvo de investigação da Polícia Civil é acusada de falta de recolhimento de FGTS, salários, férias e dispensas de forma arbitrária

Por João Boueri

Polícia Civil tenta identificar o destino do dinheiro recolhido Divulgação/Polícia Civil
Polícia Civil tenta identificar o destino do dinheiro recolhido
Divulgação/Polícia Civil

A empresa alvo de investigação da Polícia Civil suspeita de controlar o serviço de internet em áreas dominadas pela milícia, acumula diversos processos trabalhistas por falta de recolhimento de FGTS, salários, férias e dispensas de forma arbitrária. A BandNews FM teve acesso a diversos processos judiciais contra a empresa.

Além disso, os funcionários eram obrigados a prestar serviços a pelo menos outras duas empresas de origem conhecidas dos sócios. Uma delas está em nome da esposa do policial militar reformado e a outra em nome da enteada do sub-tenente.

Os documentos que indicam que a esposa do investigado atuava como funcionária na empresa do marido.

De acordo com um dos sócios da empresa investigada pela Polícia Civil, todas as compras de material são feitas com as empresas de parentes do policial militar, que mantém relação com pelo menos outras quatro empresas de maneira assídua com diversas notas fiscais emitidas.

Em mensagens trocadas com o sócio, o policial reformado admite realizar pagamentos sem comprovação dos mesmos.

Na quarta-feira (14), a BandNews FM mostrou que um dos sócios da empresa investigada pela Polícia Civil suspeita de explorar o serviço de internet em áreas de milícia comandadas por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, na Zona Oeste do Rio; e em Itaguaí, na Região Metropolitana, já havia sido preso há dois anos. Ele é policial militar reformado. A Operação Acesso Negado, deflagrada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) na terça-feira (13) está sob sigilo.

Em 2020, o subtenente foi detido em flagrante depois que técnicos de concessionárias de serviços de telefonia e internet e a própria Polícia Civil foram até a sede da empresa de serviço de internet em Santa Cruz e nas filiais em Sepetiba e Itaguaí. Nas unidades, foram encontrados equipamentos furtados que pertenciam às concessionárias. O militar da reserva foi acusado de receptação qualificada.

Na Operação Acesso Negado, US$ 2.500 em espécie foram encontrados na casa do policial reformado. Na empresa, cerca de R$ 270 mil também foram apreendidos. Na residência do segundo sócio, uma arma de fogo, munições e arma branca também foram recolhidos.

Agora, a Polícia Civil tenta identificar o destino do dinheiro e outros membros da quadrilha.

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