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Inflação desacelera e fecha março com alta de 0,16%

Taxa é menor do que a registrada no mês anterior

Por João Videira (sob supervisão)

Tomate foi um dos produtos com alta na inflação de março
Tomate foi um dos produtos com alta na inflação de março
João Videira/BandNews FM

A inflação desacelera e fecha o mês de março com alta de 0,16%. A taxa é menor do que a registrada no mês anterior. Com isso, neste ano, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula uma alta de 1,42% e, nos últimos 12 meses, de 3,93%, abaixo dos 4,50% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Segundo o IBGE, dos nove grupos pesquisados, seis tiveram alta em março. A maior delas foi de Alimentação e bebidas, principalmente nos preços da banana prata, da cebola e do tomate, por uma menor oferta desses produtos.

A médica Cintia Costa conta que já substituiu o tomate pela versão em extrato.

"O tomate especificamente já está caro há bastante tempo. As vezes eu compro molho pronto para substituir um pouquinho. De uma forma geral a gente acaba diminuindo em outra coisa para comprar o tomate", fala ela.

O gerente da pesquisa, André Almeida, atribui o crescimento do preço à sazonalidade, que impacta a produção.

"Historicamente, nos meses de verão, há maior índices de chuvas e temperaturas mais altas. Isso acaba afetando os alimentos. A medida que as temperaturas e índice pluviométrico se normalizam, há uma redução na inflação de alimentos", afirma ele.

Por outro lado, segundo André Almeida, não há como traçar um comportamento dos preços dos alimentos futuramente, já que eles dependem dos efeitos do El Niño.

Ainda segundo o levantamento do IBGE, também registrou alta em março o grupo Saúde e cuidados pessoais: de 0,43%. O aumento dos preços foi puxado pela subida do plano de saúde (0,77%) e dos produtos farmacêuticos (0,52%).

Após a Semana do Cinema, com ingressos a R$ 12 pelo país, derrubar a inflação do setor em fevereiro, o cinema impactou a alta do grupo de Despesas pessoais no mês de março, que acelerou e ficou em 0,33%.

No lado das quedas, o grupo Transportes inverteu o sinal e passou da alta de 0,72% em fevereiro para tendo baixa de 0,33% em março. O IBGE atribui o cenário à influência da passagem aérea e ao crescimento tímido do preço da gasolina.

Nesta terça-feira (9), dados divulgados pelo Boletim Focus do Banco Central mostraram aumento na expectativa dos analistas para a inflação do ano, agora de 3,76%.

A colunista de economia da BandNews FM, Juliana Rosa, destaca o ceticismo do Banco Central quanto ao setor de serviços.

"O Banco Central tem chamado mais a atenção para essa parte de serviços porque ela tem demorado mais para abaixar do que eles esperavam. O mercado de trabalho está aquecido e o desemprego está baixo, o que facilita o bom desempenho do consumo."

Na divulgação desta quarta-feira (10), o índice de serviços mostrou desaceleração e registrou crescimento de 0,1%. A principal alta ficou por conta da Alimentação fora do domicílio.

Já o índice de difusão, que mede o porcentual dos itens que subiram, ficou em 56%, pouco abaixo do resultado de fevereiro.

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