Membros de mais de 180 entidades que representam o movimento negro no Rio de Janeiro solicitam a intervenção do governo espanhol para que medidas mais eficazes sejam tomadas no caso de racismo contra o atacante Vinicius Junior durante o Campeonato Espanhol. Segundo as organizações, as instituições públicas e privadas trataram com descaso a situação.
Nesta quinta-feira (25), parte da comissão formada pelas entidades esteve no consulado da Espanha na Zona Sul do Rio de Janeiro para entregar um requerimento de ações antirracistas e punições aos agressores do jogador. Os manifestantes também protestaram no fim da tarde na Cinelândia, região central do Rio.
Segundo o membro da Advocacia Preta Carioca Bruno Candido, a comissão pediu para ser recebida pala embaixada da Espanha para tratar do assunto. Ele diz que o consulado se comprometeu a encaminhar a solicitação.
No último domingo (21), um torcedor do Valença, que disputava com o Real Madrid, time de Vinicius Jr, começou a imitar um macaco e direcionar os insultos para o atleta. As cenas geraram revolta no mundo inteiro.
Depois do ataque, a Assembleia Legislativa do Rio propôs a criação de uma política de combate ao racismo nos estádios e nas arenas esportivas do estado. Entre as medidas previstas pelo texto, está a interrupção dos jogos em caso de denúncia ou identificação de conduta racista por qualquer pessoa presente.
A paralisação aconteceria enquanto as atitudes reconhecidamente racistas continuassem ou pelo tempo que o organizador do evento ou o delegado da partida entendessem necessário.
O projeto também torna obrigatória a realização de campanhas educativas de combate ao racismo antes e durante o intervalo de eventos esportivos ou culturais.