A defesa de Monique Medeiros, ré pela morte do filho Henry Borel, diz que o perfil que publicou uma foto da professora após a soltura dela não é controlado pela acusada.
A mãe de Henry foi solta por decisão da Justiça, após alegar que estava sendo ameaçada por outras detentas. Ela está em casa com tornozeleira eletrônica e não pode sair sem autorização judicial.
No entanto, o Ministério Público afirma que Monique descumpriu uma medida cautelar, ao posar para uma foto que foi publicada em um perfil de apoio a ela na Internet. Além da proibição do uso de redes sociais, ela só pode manter contato com advogados e parentes. A Justiça do Rio analisa o pedido do MP para que ela volte para a prisão.
Na publicação citada pelo Ministério Público, o perfil parabenizou os advogados de Monique pela soltura dela, com uma foto da professora deitada em um travesseiro. A página, atualmente, está fechada apenas para seguidores aceitos pelos administradores. Não há informações de quando a foto foi tirada.
Nesta segunda-feira (11), o pai de Henry, Leniel Borel, e grupos de apoiadores fizeram uma manifestação em frente à Câmara Municipal, no Centro do Rio, contra a soltura de Monique. Para Leniel, a decisão não tem fundamento.
A defesa de Monique disse que vai se manifestar quando for intimada para contrapor o recurso.
Monique Medeiros e o ex-vereador Jairinho respondem pela morte e tortura de Henry, falsidade ideológica e fraude processual.
A mãe de Henry deixou o complexo de Gericinó no último dia 5 de abril após decisão da Segunda Vara Criminal do Rio de Janeiro pela sua soltura após conversão da prisão preventiva pela domiciliar. Já o ex-vereador Jairo Santos Souza, o Jairinho, padrasto e principal suspeito pela morte do menino, em março de 2021, continua preso no Rio.
A decisão da Justiça foi duramente criticada por Leniel Borel, pai do garoto e ex-marido de Monique, que a classificou como “inacreditável”.
Caso Henry
O ex-vereador Jairinho é reu por homicídio triplamente qualificado e tortura, além de coação de testemunhas, pela morte de Henry Borel, de 4 anos, em 8 de março de 2021, em seu apartamento na Barra da Tijuca, no Rio. Já a mãe de Henry, Monique Medeiros, foi denunciada por homicídio, tortura omissiva, falsidade ideológica e coação de testemunha.
Jairinho também é acusado de agressão e tortura em outros dois casos: a tortura da filha de uma ex-namorada, entre 2010 e 2013, além do caso de agressões contra o filho de ex-namorada Débora de Mello Saraiva, que teriam sido cometidas entre 2015 e 2016.
Especialistas que acompanharam o caso e tiveram acesso aos laudos periciais acreditam -- com base na descoloração das marcas no corpo do garoto -- que Henry pode ter morrido no fim da noite de 7 de março, e que o corpo pode ter ficado no apartamento por quase cinco horas antes de Monique e Jairinho levarem o menino ao hospital, por volta das 4h.
Com o desenrolar do caso, Jairinho teve o mandato cassado como vereador do Rio em 30 de junho. Ele foi o primeiro parlamentar da história da Câmara de Vereadores fluminense e perder o cargo.
Relembre aqui a cronologia de como foi o caso Henry Borel.