Motoristas de aplicativo participaram de um protesto nesta terça-feira (9) reivindicando menos descontos no repasse dos valores das corridas e contra um projeto de lei que cria regras para trabalhadores autônomos por plataforma.
O projeto de lei, que tramita na Câmara dos Deputados, estabelece a contribuição de 7,5% para previdência social, de 20% pelas empresas para Seguridade Social e o valor de R$ 32,10 como remuneração mínima por hora trabalhada.
O motorista de aplicativo Lucas Neto critica o valor mínimo estabelecido pelo PL. Ele afirma que os profissionais conseguem arrecadar em uma hora mais do que os cerca de R$ 32 e, portanto, teme que o repasse das corridas aos motoristas diminua, para que o valor fique sempre próximo do mínimo estabelecido.
Essa PL prevê um ganho mínimo de 32 a hora. Qualquer empresário ou empresa vai ver: se eles falam pra eu pagar o mínimo de 32, por que que eu vou pagar a mais pra ele prestar o mesmo serviço? Então hoje, o ganho mínimo de um motorista da categoria X, ele ganha no mínimo 40 reais a hora. O ideal seria 50 e 60. Tem como chegar sem onerar tanto a população? Tem, é só ela parar de pegar tanta taxa. Então se hoje passar esse PL do jeito que tá, ela vai cobrar mais caro do passageiro, porque ela vai ter que pagar 20% de INSS pra cada motorista. Ou seja, a corrida vai subir 20% e a gente vai ganhar menos e vai pagar mais. Onde que isso tá bom pra nós?
Outro ponto abordado pelos manifestantes foi a falta de segurança durante o trabalho. O motorista Moyses Freitas reclama do chamado 'botão de pânico' dentro dos aplicativos, que deveria acionar a Polícia Militar ao ser apertado.
Existem várias ferramentas hoje dentro do aplicativo que não funcionam. O botão de pânico, quando o certo era pra você clicar ali e automaticamente chamar as viaturas próximas pra chegar naquele local ali e te atender, esse botão de pânico ele te leva diretamente pro 190. Então você tem que ligar ainda pro 190. Como é que eu vou pedir ao assaltante pra ele parar o assalto na hora pra ligar pra polícia através do botão de pânico?
Centenas de veículos formaram um comboio durante a manhã desta terça-feira (9). Eles se concentraram no Aterro do Flamengo, na altura do Aeroporto Santos Dumont, na Zona Sul do Rio, e se deslocaram até o prédio em que fica a sede de uma empresa de transportes por aplicativo na Avenida Presidente Vargas, no Centro. O trajeto provocou dificuldades no trânsito, além da interdição da pista lateral da Presidente Vargas no trecho entre a Avenida Passos e a Rua Uruguaiana.