Mulher é liberta após 72 anos em condição de trabalho escravo

Idosa de 84 anos trabalhava desde os 12 anos para a mesma família e vai receber cerca de R$ 110 mil de indenização

Gabriela Souza

Dona Maria não se dá conta da gravidade do que sofreu Reprodução
Dona Maria não se dá conta da gravidade do que sofreu
Reprodução

Libertada depois de 72 anos na condição de trabalho escravo em uma casa na Zona Norte do Rio, uma idosa de 84 anos vai receber uma indenização de aproximadamente R$ 110 mil.

Membros da auditoria-fiscal do trabalho e do Ministério Público do Trabalho entenderam que o crime contra ela está caracterizado e determinaram o afastamento da mulher da casa onde vivia com a família acusada.

A indenização é referente ao pagamento de verbas salariais e rescisórias.

A ação que culminou com a libertação da idosa, que dormia em um sofá, começou no 15 de março.

Agora, ela recebe assistência da Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria de Assistência Social.

Depois de anos de exploração na mesma casa, dona Maria nem se dá conta da gravidade que sofreu, muito menos dos anos que foram roubados, como conta a assistente social da direção da Central de Idosos da Prefeitura, Cristiane Lessa, primeira pessoa a ter contato com idosa, depois que ela chegou no acolhimento.

A idosa trabalhava desde os 12 anos de idade para as mesmas pessoas. Ela chegou à casa deles com a promessa de que iria estudar.

A advogada especialista em Direito do Trabalho Talita Barbosa explica as circunstancias que caracterizam o trabalho escravo.

Além da indenização, o Ministério do Trabalho também exigiu a assinatura da carteira de trabalho e emitiu a guia de seguro-desemprego. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (13), dia que marca os 134 anos da assinatura da Lei Áurea.

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