As partituras dos hinos nacional, da bandeira e da proclamação da república deixaram a Escola de Música da UFRJ nesta terça-feira pela primeira vez, em quase um século. Os documentos históricos serão restaurados e vão fazer uma espécie de turnê pelo país, começando por Minas Gerais, onde serão expostos ao público no Palácio da Liberdade. O objetivo é aproximar as relíquias quase inacessíveis dos brasileiros, como conta o vice diretor da escola de música, Marcelo Jardim.

Não é exagero dizer que o hino nacional ajuda a contar parte importante da história do país. Pouca gente sabe, mas a partitura composta inspirada nas operas italianas do século XIX virou hino nacional quase por acaso. Na verdade, a melodia teve duas letras diferentes, antes da atual, de 1909. Músicas que comemoravam a abdicação ao trono de Dom Pedro I e a coroação do seu sucessor, como explica o presidente da Academia Brasileira de Música, André Cardoso.

Uma curiosidade é que a partitura original do hino nacional tem uma marca na parte superior, como se alguém tivesse colocado um copo em cima dela. O que acaba servindo como uma certificação que, de fato, é o manuscrito composto por Francisco Manuel da Silva, em 1923. Um detalhe que, em breve, poderá ser conferido de perto pelo público.