A Polícia Civil e a Polícia Militar investigam a conduta de um major da PM que é suspeito de ameaçar e perseguir a ex-namorada. Pelas redes sociais, a jornalista Luana Keioze divulgou um vídeo de apelo e disse que corre risco de vida. A mulher revelou que ele entrou na academia onde malhava e ameaçou dar voz de prisão a ela.
Os dois terminaram o relacionamento há cinco meses. Luana revelou que está morando em um hotel, porque os dois eram vizinhos de prédio. Ainda assim, contou que continua sendo perseguida. Ela fala sobre ameaças que vem sofrendo.
A jornalista afirma que conseguiu uma medida restritiva de 250 metros, mas, depois, a distância caiu para 50 metros. O Tribunal de Justiça foi questionado sobre a mudança, mas ainda não respondeu. A jornalista foi informada pelos porteiros e vizinhos que o homem continua cercando os lugares por onde ela passa.
“Eu tô presa, e ele tá me rondando. O que mais precisa acontecer para que esse homem saia de perto de mim, pelo amor de Deus. Ele não vai me transformar uma vítima de feminicídio no Brasil, eu vou usar minha voz”
A Corregedoria da Polícia Militar instaurou um procedimento apuratório para averiguar a situação. A Delegacia de Copacabana também realiza diligências.
A reportagem procurou a Smart Fit, para ter um posicionamento sobre o caso de agressão dentro da academia, mas ainda não teve retorno.
Em nota, a defesa do PM, representada pelo advogado Pedro Gabrig, negou as acusações. Sobre o vídeo da suposta ameaça na academia SmartFit, a defesa afirmou que o desentendimento foi motivado pela cobrança de uma dívida pretérita que Luana tem com o major, e não por uma suposta perseguição e tentativa de reatar o relacionamento. Pedro ainda relatou que o suspeito saiu de casa, justamente para não encontrar com Luana, e retorna apenas para buscar roupas.
Confira a nota na íntegra:
“A Defesa de Paulo Araújo nega veementemente as acusações feitas por sua ex-namorada, Luana Keioze, em vídeo publicado na rede social Instagram. Paulo e Luana tiveram um curto relacionamento consensual, o qual findou em abril deste ano. Desde então cada um seguiu a sua vida, apesar de Luana e Paulo serem vizinhos. O vídeo gravado por Luana na academia não comprova as suas acusações. Dele não é possível extrair qualquer ameaça feita por Paulo, muito menos algum pedido para reatarem o relacionamento, mas única e exclusivamente acusações graves feitas por Luana a Paulo, em um espaço público, sem qualquer comprovação. O desentendimento na academia foi motivado pela cobrança de uma dívida pretérita que Luana tem com Paulo, e não por uma suposta perseguição e tentativa de reatar o relacionamento, como ela relata.
Desde a ocorrência do episódio, a Defesa de Paulo vem voluntariamente contribuindo com as investigações, sendo certo que ele deixou a sua residência assim que foi intimado da concessão de medidas protetivas, e só retornou após expressa autorização judicial. Mesmo após a autorização, Paulo não está residindo em seu apartamento alugado, justamente para não encontrar com Luana, e retorna ocasionalmente à sua residência apenas para buscar roupas.
Paulo entregou voluntariamente o seu armamento à Corporação e não possui qualquer outra arma de fogo, como atesta a sua carteira de identidade funcional. Ao contrário do quanto dito por Luana, Paulo não foi expulso da rede de academias. Ele voluntariamente cancelou o seu plano por solicitação própria em outra unidade, após o desentendimento, conforme o comprovante entregue pela própria rede.
A Defesa reitera que a investigação corre sob sigilo, reafirma o compromisso de Paulo com a Justiça, repudia a tentativa de linchamento virtual promovida com a publicação do vídeo e comunica que está adotando todas as medidas legais cabíveis para preservação da imagem e da honra de Paulo.”