A Polícia Civil quer saber se a advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 55 anos, já estava morta ou se chegou apenas desacordada na casa onde um corpo que pode ser dela foi encontrado.
Os restos mortais foram localizados em Teresópolis, na Região Serrana do Rio, no imóvel do homem que confessou ter matado a vítima. O trabalho de retirada durou cerca de seis horas.
O corpo estava enterrado em pé a cerca de um metro de profundidade, debaixo de uma camada de concreto e algemado com as mãos para trás.
Segundo os investigadores, o suspeito aproveitou que a casa passava por uma obra e colocou o cadáver no buraco onde ficaria uma fundação construída para sustentar um muro com risco de queda.
Uma perícia vai analisar elementos como a arcada dentária e a presença de tatuagens ou outras marcas no corpo para confirmar se ele é realmente de Anic. O delegado Nei Loureiro explica que um exame de DNA também pode ser usado para identificar o cadáver.
A Polícia Civil foi até o local depois que o acusado indicou, durante audiência na Justiça do Rio, onde o corpo estava escondido.
O técnico de informática Lourival Correa Netto Fatiga, homem de confiança da família e suposto amante de Anic, também disse que ela foi morta com um soco no pescoço em um hotel de Petrópolis, na mesma região, e o corpo foi levado enrolado em um lençol para ser enterrado no imóvel onde o buraco já tinha sido escavado.
O crime teria ocorrido no mesmo dia em que ela desapareceu, 29 de fevereiro. Nessa data, ela chegou a ser vista caminhando em um shopping enquanto falava ao telefone.
O assassino confesso afirma que o marido de Anic foi o mandante do crime. A defesa diz que Benjamin Herdy esteve o tempo todo com acusado no hotel onde ela foi morta e que eles chegaram a pagar uma camareira para limpar a cena do crime.
A Polícia Civil, por outro lado, não encontrou indícios de participação do marido. O celular dele chegou a ser periciado e nada foi encontrado.
Enquanto Anic ainda era considerada desaparecida, Benjamin chegou a pagar 4 milhões e 600 mil reais por um suposto resgate. O dinheiro teria ficado com Lourival, que logo depois comprou um carro de luxo, uma moto e 950 celulares usados para abrir uma loja de eletrônicos.
Lourival, uma mulher que seria amante dele e dois filhos estão presos desde março e são réus por extorsão mediante sequestro. Ele chegou a negociar uma delação premiada para que os familiares fossem soltos, mas a colaboração não foi aceita pela Justiça.