A Polícia Civil tenta identificar quem está por trás do perfil que fez comentários racistas ao ex-jogador de futebol e comentarista da Band, Carlos Alberto. Nesta segunda-feira, ele foi até a Delegacia de Delitos Raciais e Crimes de Intolerância para registrar o caso que vai ser tratado como injúria por preconceito.
Para Carlos Alberto, é inadmissível que alguém use um perfil na internet para emitir ofensas racistas.
Na semana passada, durante o programa Os Donos da Bola, um internauta fez um comentário com figuras de um macaco enquanto Carlos Alberto aparecia na tela.
Segundo o advogado do comentarista, Djeff Amadeus, os comentários podem ser enquadrados no conceito de racismo recreativo, em que os ataques são justificados como brincadeira.
Casos como esse ainda são comuns. Uma pesquisa do Instituto Locomotiva mostra que uma a cada três pessoas negras já foi vítima de racismo no Brasil, seja com agressões verbais ou com abordagens desrespeitosas. É o caso do coreógrafo Rody Rezende. Ele foi acusado de roubo ao guardar o celular na mochila enquanto saia de um supermercado na Zona Sul do Rio, em março do ano passado. Apesar de até hoje ninguém ter sido julgado, ele conta que não vai desistir de buscar por Justiça.
Desde o ano passado, o crime de injúria racial passou a ser considerado imprescritível, ou seja, passível de punição a qualquer tempo. Além de multa, a previsão é de pena de um a três anos de prisão.