A Polícia Militar tenta recuperar as imagens das câmeras portáteis dos uniformes dos policiais que morreram durante uma perseguição policial na madrugada de quarta-feira (22). A ação se estendeu por quase 30 quilômetros.
Os suspeitos fugiram de uma abordagem ainda na Linha Vermelha, no trecho da Baixada Fluminense, e seguiram até a saída do Túnel Rebouças, na Zona Sul do Rio, quando o carro perseguido e a viatura dos policiais capotaram em uma curva e bateram em duas árvores. Os quatro ocupantes dos dois veículos morreram ainda no local.
Segundo a PM, os agentes estavam usando as câmeras portáteis, mas elas podem ter sido danificadas no acidente. As imagens também são transmitidas em tempo real para um centro que armazena as gravações, mas pode haver falhas na conexão.
O porta-voz da Polícia Militar, major Maicon Pereira, conta que, caso as imagens sejam recuperadas, elas vão ser analisadas no inquérito policial militar instaurado pela PM e vão ficar à disposição das investigações da corporação e da Polícia Civil.
Câmeras da Prefeitura do Rio flagraram a perseguição das duas viaturas ao Ônix vermelho, mas não captaram o acidente.
Ainda na Linha Vermelha, os veículos chegaram a passar em alta velocidade por um terceiro carro da PM, que estava parado na altura de São Cristóvão. Um policial aparece ao lado da viatura, observando a passagem dos colegas. A ação continuou no elevado Paulo de Frontin e chegou ao Túnel Rebouças, onde uma faixa reversível estava montada e havia vários carros no sentido contrário.
Para o perito Rodolpho da Hora, além da alta velocidade dos carros, a forma como a curva foi construída também ajudou a provocar o acidente.
Moradores e lojistas da região afirmam que a curva já é conhecida por ser perigosa. Uma placa colocada já no começo dela indica que a velocidade máxima é de 30 km/h, enquanto dentro do túnel o limite é de 90 km/h. Rodolpho defende melhorias na sinalização antes da saída e a instalação de redutores de velocidade, para evitar outros acidentes.
O perito forense Sérgio Hernandez explica que a velocidade em que os carros entraram na curva foi decisiva para que eles capotassem e atingissem as árvores.
Os soldados Bruno Paulo da Silva e Bruno William Batista de Souza Ribeiro foram velados nesta quinta-feira (23) em Jardim Sulacap, na Zona Oeste do Rio. Bruno Paulo deixa esposa, um filho de 15 anos e outro de 2 anos. Já Bruno William deixa esposa e um filho de 4 anos.
Os corpos dos dois suspeitos foram levados para Minas Gerais, para serem enterrados no município de Esmeraldas.
Thiago Henrique Medeiro Figueiredo e Diego Ferreira Amaral já eram investigados por homicídio e tráfico de drogas pela Polícia Civil do estado vizinho. Um deles estava com um documento de identidade falso. Contra Thiago, ainda havia dois mandados de prisão pendentes, um deles por homicídio.