Catadores que reciclam sonhos. O dia-a-dia de quem coleta material reciclável é, muitas vezes, difícil. Mas trabalhando há mais de 40 anos como catadora, Sarita Cavalcante Fernandes, de 56 anos, fez da jornada um salto para a melhoria da situação da família. Ela conta que, com a renda da coleta, conseguiu pagar a educação da filha, que, hoje, estuda em uma universidade pública.
“A gente não tem uma vida de rico.. mas a gente tem uma vida que a gente consegue levar a adiante. A minha filha faz universidade pública. Porque eu sempre trabalhei pra pagar um colégio melhor pra ela, pra ela poder fazer a universidade que era o meu sonho”
A reciclagem no Rio ganhou outra força feminina. Ana Carla Nistaldo, de 47 anos, tem uma história parecida com a de Sarita. Ela trabalhou durante 16 anos no lixão de Gramacho, na Baixada Fluminense. Depois, acabou criando uma cooperativa para ajudar outras mulheres, que menciona com orgulho.
Esses trabalhadores ganharam mais esperança nesta quarta-feira (28). A Prefeitura do Rio lançou o Fórum Municipal das Cooperativas e Associações de Catadores.
A ideia é que os encontros sirvam para gerar demandas a partir de debates sobre o tema, como explica a secretária de Ambiente e Clima, Tainá de Paula.
Ainda segundo a secretária, o fórum vai valorizar a categoria observando os catadores de recicláveis como agentes ambientais. O projeto foi oficializado durante um encontro no Palácio da Cidade, em Botafogo, na Zona Sul. Participaram representantes de cooperativas de reciclagens, a Associações de Catadores do Rio, e o prefeito do Rio. Eduardo Paes deu prazo de trinta dias para que esses trabalhadores apresentem endereços de galpões vazios na cidade. A Prefeitura deve realizar então os trâmites para que os espaços sejam usados pelos catadores.