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Tia de Heloísa diz que agente da PRF pediu para ela ficar quieta até o hospital

Rayra Fernanda dos Santos estava dentro do carro que foi atingido pelos tiros disparados pelos policiais

Por Pedro Dobal

Tia de Heloísa diz que agente da PRF pediu para ela ficar quieta até o hospital
Heloísa foi atingida no Arco Metropolitano quando estava dentro do carro do pai
Reprodução/Redes Sociais

A tia da menina de três anos que morreu após uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal afirma que um dos agentes pediu para ela ficar quieta no caminho até o hospital. Rayra Fernanda dos Santos estava dentro do carro que foi atingido pelos tiros.

Heloísa dos Santos Silva foi baleada quando a família passava pelo Arco Metropolitano, na Baixada Fluminense, e chegou a ficar nove dias internada.

Em depoimento ao Ministério Público Federal, Rayra Fernanda disse que entrou em desespero após o ocorrido e que o agente que estava dirigindo o veículo da PRF até a unidade de saúde reclamou que ela estava atrapalhando.

Rayra Fernanda ainda contou que 28 policiais estiveram no hospital na noite do ocorrido e que os agentes chegaram a pedir para retirar materiais de dentro do carro da família. Rayra afirmou que eles demonstravam muita preocupação com o veículo, pediram os documentos e usavam até lanternas para averiguar o que havia dentro.

Quando Heloísa estava sendo atendida, um policial teria chamado Rayra para mostrar um projétil que acertou o carro da família. Na conversa, ele ainda teria pedido para a tia ir até a viatura da PRF para verificar se ela também não havia sido atingida, o que ela negou e reforçou que apenas os policiais atiraram.

Também em depoimento ao MPF, o pai da menina, Willian Silva, contou que os policiais se surpreenderam ao descobrir que havia uma família no veículo.

Segundo Willian, os policiais ainda insinuaram à família que os tiros teriam sido disparados por outras pessoas e que a viatura também teria sido atingida.

Na terça-feira (19), a mãe de Heloísa também prestou depoimento ao MPF

Em nota, a PRF afirmou que não há marca de tiro na viatura e ressaltou que o agente envolvido na ocorrência disse ter ouvido algo semelhante a um tiro antes de disparar contra o carro da família. A corporação afirmou que enviou viaturas ao hospital para dar apoio aos policiais e que eventuais condutas individuais serão investigadas.

Os três policiais envolvidos na abordagem seguem afastados das funções. Na segunda-feira (18), a Justiça Federal negou a prisão deles. Na decisão, o juiz Ian Legay Vermelho alegou que não há indícios de que os agentes estejam interferindo nas investigações e não há informações sobre desvios, excessos ou ilegalidades anteriores.

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