Um ano após o assassinato do congolês Moïse Kabagambe, os três réus acusados da morte do jovem ainda não foram julgados e não há nem mesmo previsão para a audiência.
Aleson Fonseca, Brendon Alexandre e Fábio Pirineus foram presos uma semana após o crime e respondem por homicídio triplamente qualificado.
Além deles, outras três pessoas, indiciadas por omissão do socorro, também não foram julgadas ainda. O Ministério Público do Rio pediu para que elas sejam ouvidas em juízo, o que só vai acontecer na primeira audiência do caso.
Irmão mais velho de Moïse, Maurice Mugenyi afirma que somente agora a família conseguiu ter acesso às fotos do dia do crime.
Moïse tinha 24 anos e foi agredido até a morte em um quiosque na praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Segundo os depoimentos, ele teria ido ao local cobrar o pagamento por serviços prestados ao estabelecimento.
A mãe de Moïse, Ivone Lotsove, conta que, um ano após a morte do filho, ainda tenta se recuperar da dor e da saudade.
A coordenadora geral da Cáritas Arquidiocesana do Rio, Aline Thuller, ressalta que o Rio de Janeiro atende refugiados há mais de 40 anos. No entanto, ela diz que o tema só veio à tona de forma mais abrangente após o assassinato de Moïse.
Para acolher e proteger os refugiados que chegam ao Brasil, o Governo Federal lançou na segunda-feira (23) o Observatório Moïse Kabagambe. Além disso, recentemente, a Prefeitura do Rio criou o Centro de Referência para Imigrantes e Refugiados, que vai acolher pessoas desses grupos em situação de vulnerabilidade social.
Nesta terça-feira (24), quando o assassinato de Moïse completou um ano, uma missa em homenagem ao congolês foi realizada no Santuário do Cristo Redentor, no Corcovado, na Zona Sul do Rio. Autoridades e parentes do jovem participaram da cerimônia.