Economia

Guedes diz que Brasil é democracia “muito barulhenta, mas entrega resultados"

Ministro participou de evento de parceria com governo britânico

Da Redação

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira (9) que o Brasil “é uma democracia estável, muito barulhenta, mas entrega resultados”. 

Ele participou do lançamento do Monitor de Investimentos, plataforma digital desenvolvida em parceria entre o Ministério da Economia e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com apoio financeiro do governo britânico.

"O Brasil está se colocando nessa posição: é uma democracia estável, muito barulhenta mas entrega resultados, faz as reformas que países avançados não conseguiram fazer, como por exemplo a reforma da previdência; vacinou a maior parte da sua população, mais do que a média dos países avançados, tirou o país do fundo do abismo econômico removendo os estímulos antes até que os países avançados, quer dizer, a dívida/PIB brasileira saiu de 76 para 79% do PIB e zeramos o déficit público, e ao mesmo tempo estamos à frente da curva na política monetária também. E o Brasil vai crescer de novo, vai surpreender de novo este ano", disse o ministro.

Fim do IPI 

No evento, Guedes defendeu que o IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) é um tributo "contra a indústria brasileira". "Na reforma tributária, inclusive, ele acabava, convergindo para o modelo da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, grupo de nações desenvolvidas que o governo fez pedido de ingresso]", afirmou.

O IPI incide sobre os produtos industrializados e é repassado ao consumidor. O imposto possui várias alíquotas, variando, em sua maior parte, de zero a 30%, mas pode chegar a 300% no caso de produtos nocivos à saúde, como cigarros com tabaco.

A declaração de Gudes ocorre após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal Federal (STF), que suspendeu na última sexta-feira (6) a redução do IPI para produtos de todo o País que também são produzidos pela Zona Franca de Manaus. A decisão do ministro é provisória.

Moraes acolheu pedido do partido Solidariedade, que argumentou que reduzir o IPI para produtos de todo o País que concorrem com o da Zona Franca reduz a vantagem dos artigos de Manaus, que já contam com desoneração. Isso, segundo o Solidariedade, afeta o desenvolvimento da região e a preservação ambiental.

Reconfiguração das cadeias produtivas

O ministro também defendeu que “o Brasil é confiável” e que o mundo vive “momento de reconfiguração das cadeias produtivas globais".

“O Brasil espera justamente que, num momento como esse, ele se reposicione como um fator de localização industrial para toda essa reconfiguração das cadeias produtivas e isso é percebido claramente tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. Existem três problemas e o Brasil é parte da solução dos três grandes problemas para o futuro. O primeiro é justamente a segurança energética do mundo; o segundo é a segurança alimentar do mundo; e o terceiro são as mudanças climáticas", disse.

A fala foi em defesa do ingresso do País na OCDE. “Tudo isso tem uma oportunidade ímpar, histórica e nós não podemos perder tempo, é urgente, de acesso do Brasil à OCDE justamente para fazer os sistemas tributários convergirem. Temos ajudado tanto os britânicos nisso exatamente por essa emergência e urgência. [...] E o Brasil então tá se colocando como uma nova fronteira de investimentos para assegurar segurança alimentar, energética e solução de problemas climáticos da economia mundial", afirmou.

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