Sem Pacheco e Leite, PSD corre atrás de candidato próprio à Presidência

Gilberto Kassab garante que partido terá postulante próprio ao Palácio do Planalto

Narley Resende, com BandNews TV

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, garantiu nesta sexta-feira (1º) que partido terá candidato próprio à Presidência da República. 

O partido já cogitou lançar o presidente do Senado Rodrigo Pacheco, que declinou, e o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que de última hora decidiu permanecer no PSDB e se licenciou do cargo no governo para eventualmente rivalizar com o governador João Doria (PSDB), escolhido nas prévias tucanas para disputar a vaga no Palácio do Planalto. 

“O PSD vai ter candidato próprio à Presidência da República. Nós fomos muito felizes nas duas escolhas que fizemos, o primeiro, Rodrigo Pacheco, que teve um crescimento grande na sua apresentação, na pré-campanha, praticamente. Mas ele teve que fazer uma opção. Não estava dando conta dos convites que estava recebendo e tinha também a responsabilidade de ser presidente do Senado Federal. E assim também quando o partido fez a opção por Eduardo Leite. Foram dois bons nomes”, lamenta. 

Mesmo assim, segundo Kassab, outro nome do PSD deve disputar a corrida à Presidência da República. O líder nacional da legenda afirma que um nome deve aparecer após o fim do período de janela partidária neste sábado (2). “Temos algumas semanas para escolher um nome que vai nos representar sendo nosso candidato à Presidência da República”, afirmou em entrevista ao BandNews TV. 

Kassab disse que o partido atua em um “centro ideológico” e que, por isso, tem aliados em todos os lados. Ele ainda afirmou que acredita que surja um nome para acabar com a polarização na corrida presidencial. 

Para o presidente do PSD, a quinta-feira (2) turbulenta no cenário político mostrou fragilidades da terceira via que tenta emplacar um nome capaz de rivalizar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro na disputa pelo Palácio do Planalto.

“Esse nome ainda não surgiu. Vi no dia de ontem um candidato desaparecer, que é Sergio Moro, que abriu mão, não será mais candidato. Vi as fragilidades do PSDB, da candidatura de João Doria. Foi um dia que não foi positivo para aqueles que querem evitar a polarização”, disse.  

Janela partidária

Sobre o cenário eleitoral nos Estados, Kassab disse que o PSD pretende eleger até 10 governadores em outubro. Ele defendeu que o prefeito de São José dos Campos, Felício Ramuth, será a alternativa ideal para o Governo de São Paulo.

“Vamos iniciar o processo de consulta depois do fim da janela partidária, para que todos possam apresentar sugestões, para iniciar na semana que vem. Não temos nenhum nome levantado, apontado ainda. 

Mesmo com o PSD beneficiado com a janela partidária, período em que os mandatários podem mudar de partido sem que as legendas reivindiquem as cadeiras na Justiça, Kassab disse ser contra a manobra. ”O parlamentar não cria identidade com o partido. Isso dificulta à sociedade ter identidade com os partidos, o Brasil é um país com um mundo muito grande de partidos. Cada partido precisaria ter uma ideologia. Não tem 40 ideologias no mundo. O ideal é que tivéssemos, seis, sete, oito partidos, no máximo. Felizmente estamos caminhando para isso, com medidas como a cláusula de desempenho, a proibição das coligações nas eleições proporcionais, muito possivelmente, em breve, a proibição das coligações nas eleições majoritárias”, prevê.  

Kassab lembrou que, mesmo contra, o PSD cresceu com a janela. “Tínhamos 36 parlamentares e, possivelmente, vamos fechar a janela com 46. Mas a mudança não contribui para o fortalecimento da democracia, para o fortalecimento dos partidos políticos e para que aumentemos o respeito que a sociedade precisa ter no Brasil”, diz.