Em sua carreira como enfermeiro socorrista, João Carlos Barbosa já viveu todo tipo de experiência extrema. Uma delas, foi quando ele estava dentro de um avião que caiu. Ele não só sobreviveu ao acidente, mas conforme relatou ao Faustão na Band, ainda ajudou no atendimento às outras vítimas.
Atualmente, ele atua na equipe do hospital Albert Einstein. Na época do ocorrido, ele trabalhava para uma outra empresa e atendia uma ocorrência.
“Eu prestava serviço para uma outra empresa que não era o Albert Einstein. Decolamos aqui na região de São Paulo para fazer um resgate, com destino a Minas Gerais. Durante o pouso, o piloto não conseguiu pousar. Ele decolou novamente e acabamos voando em uma montanha que estava à frente e caímos”, relatou Barbosa.
A aeronave foi ao chão e sua turbina seguia acionada, ou seja, poderia ter explodido. Para piorar, um dos pilotos ficou inconsciente devido ao impacto. Rapidamente, o socorrista iniciou os procedimentos para auxiliar os colegas.
“Abri a saída de emergência. Saí pela asa, retornei, tirei a médica que estava lá [dentro], tirei o piloto, o copiloto ficou preso. Saí para buscar ajuda. Quando voltei, a gente não conseguia retirar o copiloto. Devido à fumaça, o piloto e o copiloto ficaram inconscientes. Puxei eles para a aeronave, retirei e comecei o atendimento dos dois. Nos distanciamos da aeronaves e cerca de 20 minutos após a queda chegaram as primeiras viaturas”, narrou.
Mesmo após a chegada do Samu e dos Bombeiros, ele seguiu realizando os atendimentos. Isso a despeito do fato de que ele sofreu complicações séries por causa do acidente.
“Eu tive duas fraturas na coluna, tive uma hemorragia no cérebro e uma lesão na perna esquerda. Eu sentia fortes dores na perna, mas nesse momento não nos lembramos de nada. Meu olho ficou muito inchado e não conseguia enxergar com o olho direito”, explicou João Carlos.
Uma vida dedicada a ajudar
A rotina pode ser intensa, mas isso nunca desanimou João Carlos Barbosa em sua carreira. Ele conta que logo no início já sabia o caminho que queria seguir.
“É paixão por salvar, por ajudar o próximo. Quando entrei no exército me descobri na área do socorrismo”, frisa ele.
Ele também relembrou o período no qual ainda estava no exército e atuou na guerra civil do Haiti. Ele permaneceu lá por sete meses e atuava principalmente no atendimento às tropas.
“Acho que o mais difícil é pensar na humanidade em si. Como existem pessoas que ainda precisam tanto da nossa ajuda e que às vezes não damos tanto valor ao sistema que temos no Brasil. Quando vemos, em outro país, esse tipo de situação, ficamos muito chateados e pensamos em como podemos ajudar a humanidade”, destacou.
Por isso mesmo, ele usou sua participação no Faustão para tirar dúvidas da plateia sobre situações extremas. Por exemplo, uma espectadora questionou se poderia dar água para alguém que esteja sofrendo um infarto.
“Nesses casos a gente pede que não dê água ou qualquer tipo de alimento. Não porque vá agravar o quadro, é porque se o paciente for para um procedimento cirúrgico posteriormente, isso pode atrapalhar, já que passa por processo anestésico”, respondeu ele.