Masterchef

Izabel Alvares, campeã do MasterChef, conta como a alimentação low carb mudou sua vida

Vencedora da segunda temporada abriu um e-commerce com “comida de verdade”, explica como perdeu 40 kg após o reality e relembra desafios na competição

Amanda Caroline

Carioca venceu a segunda temporada do programa em 2015
Carioca venceu a segunda temporada do programa em 2015
Reprodução/Instagram @izabel_alvares

Aos 31 anos, a carioca Izabel Alvares enxergou no MasterChef Brasil uma oportunidade de mudar de carreira. Em 2015, ela era uma produtora de eventos que sonhava em trabalhar com gastronomia e não pensou duas vezes antes de se inscrever na segunda temporada do reality show da Band. Hoje, seis anos depois da experiência que transformou sua vida, a chef de cozinha e empresária relembra sua trajetória na competição e conta como a comida low carb, com baixo teor de carboidratos, transformou não só a sua carreira, mas também sua alimentação.

Depois de vencer o programa, Izabel conseguiu realizar o sonho de se tornar uma profissional da gastronomia. "Achava que seria impossível fazer essa transição e o MasterChef me pareceu uma esperança", conta a ex-participante. Ela usou parte do prêmio de R$ 150 mil para abrir o próprio negócio, a Magrela Shop, um e-commerce de produtos low carb. A ex-participante do MasterChef abraçou esse nicho após perder 40 kg com a alimentação sem glúten. "Hoje, trabalho com o que acredito, com a bandeira alimentar do low carb e da comida de verdade", explica.

Izabel é dona de marca de produtos low carb (Foto: Reprodução/Instagram @izabel_alvares)


Além de chef de cozinha e empresária, Izabel publicou o livro ‘Delícias da Izabel: as receitas low carb que mudaram a minha vida' (Editora Alaúde) e também produz conteúdo para redes sociais. E se engana quem acha que ela não tem mais sonhos para realizar, viu? "Gostaria de lançar mais um livro e transformar a Magrela em loja física, ter uma loja em São Paulo e outra no Rio de Janeiro. Um restaurante bem despretensioso e inclusivo para pessoas com diabetes ou que não podem consumir determinados alimentos.”

Paixão pela gastronomia

Izabel aprendeu a cozinhar com o pai e a avó ainda quando criança, apostou em um clássico para tentar entrar na cozinha mais cobiçada do país: uma tarte tatin de cebola — "um prato que gosto de fazer no Natal", explica. A torta salgada foi aprovada pelos jurados e, a partir desse momento, deu tudo certo para Izabel.

O caminho até o prêmio, no entanto, não foi fácil. "Minha própria ansiedade me atrapalhou muito. Ficava muito nervosa, chorava muito e tinha muito medo. Não fui uma pessoa que enfrentou a competição com muito equilíbrio emocional", explica. "A falta da rotina e do conforto da própria casa também atrapalham muito", completa.

Izabel enfrentou cozinheiros muito fortes ao longo do programa, como os inesquecíveis Raul Lemos e Jiang Pu, mas seu principal adversário era o relógio. 

"Cozinhar com tempo muda completamente a sua relação com a comida. O tempo é o principal inimigo. Era assustador", relembra.

"A questão de cozinhar com tempo muda completamente a sua relação com a comida. Quando existe o relógio no meio, é importante que você se organize rapidamente, o que não é comum para amadores. O tempo é o principal inimigo. Era assustador", relembra. E foi exatamente o tempo que contribuiu para a eliminação de Izabel no 6º episódio da temporada.

Eliminação e retorno na repescagem: reviravolta

O prato que eliminou a cozinheira foi a lasanha. "Amo fazer massa, mas caí no problema do cotidiano: não consegui adaptá-la para o tempo do MasterChef", avaliza Izabel, que não desistiu do sonho de levar o troféu para casa apesar do "imprevisto" com a lasanha. A repescagem "acendeu uma luz de esperança" para a carioca, que não contou para a família sobre a eliminação e focou nos estudos para tentar voltar à competição.

"Reavaliei todas as minhas dificuldades e descansei muito. Também voltei pra casa, o que me deu muita força", afirma. Na repescagem, os eliminados tiveram que cozinhar o prato-assinatura de outro colega e Izabel se destacou. "Trocaram as cestas de ingredientes e fiz a prova com os insumos do Murilo. Preparei um arroz negro com camarão. Um prato maravilhoso", comemora. Deu água na boca, né?

Ataques nas redes sociais

"Foi uma temporada muito intensa", descreve Izabel sobre a 2ª edição do MasterChef Brasil. O público, como sempre, se engajou com o programa nas redes sociais e a ex-participante sentiu na pele o que é ter haters na internet. 

"Quando você sofre rejeição, no bolo de emoções que você sente durante a competição, é muito ruim. Isso influencia na cozinha, sim. Sofri muito com a gordofobia, mas também recebi muito amor. É muito legal virar meme, ver que as pessoas sabem o seu nome e te conhecem", garante.

Raul, que ficou em segundo lugar e é amigo de Izabel até hoje, tinha grande torcida nas redes sociais, o que fez a cozinheira duvidar de seu talento. "Mesmo achando que eu tinha cozinhado melhor, achava que aquela popularidade pode influenciar no resultado. Mas o MasterChef é um programa muito sério e ganha quem realmente cozinha melhor", diz a chef.


Poder feminino no MasterChef

Izabel se orgulha de ser uma das cinco mulheres que venceram o MasterChef Brasil — Elisa Fernandes, Michele Crispim, Maria Antonia Russi e Anna Paula Nico fazem parte desse grupo. Ela fala sobre a importância do protagonismo feminino no programa e como a competição revela cozinheiras talentosas para todo o País.

"Não é por acaso quando uma mulher ganha o MasterChef. Porque traz cozinheiros de casa para o programa e é inegável que as mulheres têm um protagonismo dentro da cozinha de casa. É uma maneira de tirar a mulher de casa e colocá-la no ambiente profissional. O MasterChef mostra que nós temos a facilidade de competir com homens de igual para igual, de passar por situações emocionalmente e fisicamente extremas, e sempre arrebentar.”