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Edleide, do MasterChef, bloqueia 2 mil pessoas e recorre à fé: “Não soube lidar”

Cozinheira amadora celebra a realização pessoal no programa da Band e desabafa sobre os ataques que sofre nas redes sociais.

Felipe Pinheiro

Edleide Araújo, do MasterChef Brasil, vive um momento glorioso que se reflete nas várias menções que ela faz sobre a participação na 9ª temporada da disputa culinária da Band.  A conquista é descrita com orgulho pela jornalista do interior do Maranhão que aprendeu a cozinhar com a avó para ajudar a mãe, que se desdobrava para colocar comida na mesa. 

A despeito da experiência positiva, Edleide tornou-se alvo frequente de ataques e conheceu um lado obscuro das redes sociais. 

Em bate-papo com a reportagem do Band.com, a cozinheira amadora diz que não é fácil ter de receber mensagens ofensivas por quem nem mesmo a conhece. “Nunca tive alguém para dizer que me odeia ou para dizer que sou chata e insuportável. Estou bloqueando. Tenho mais de 2 mil pessoas bloqueadas no meu Instagram e no Twitter”, afirma.

Religiosa e de personalidade forte – para ela, o ensinamento de Jesus Cristo mais difícil de aplicar no dia a dia está no novo testamento, na Bíblia, que fala sobre oferecer a outra face –, Edleide buscou na fé uma maneira para enfrentar os comentários de ódio que não conseguiu simplesmente ignorar. Ela diz que foi até ameaçada de morte.

“Para mim foi muito forte. Eu não soube lidar. As pessoas estão 24 horas te julgando, te apontando e te xingando. Por mais que eu bloqueie, isso não deixa de machucar. Tem sido joelho no chão e oração. Peço para nada disso ficar no meu coração, apesar de estar magoada”, diz.  

Aos poucos, ela vem aprendendo a lidar e já consegue se ver mais forte. “Não sei quem são essas pessoas, o que comem nem de onde vêm. Sei que são más. São pessoas que não sabem o que é amor. Falar eu te odeio é muito forte”, afirma.  

O meu aprendizado é bloquear e tocar o barco.


 



Relação delicada com o pai


Nascida na cidade de Barra do Corda, no Maranhão, Edleide cresceu em meio à natureza, em uma região de rios e cachoeiras. A maior inspiração é a mãe, que Edleide quase não via parar em casa de tanto trabalhar para sustentar as filhas. É nesse ambiente que aos 9 anos passou a exercer a atividade de cozinhar.

“Minha mãe é uma mulher guerreira que fez de tudo para não faltar nada em casa. Eu chegava da escola e pensava, preciso fazer alguma coisa para ajudar. Assim comecei a aprender a cozinhar”, diz, que morava a cerca de 100 metros da casa da avó e com ela aprendeu quase tudo na cozinha.  

A figura do pai é mais complicada. Edleide define como uma relação de “amor e ódio”: “Ele sempre foi muito protetor e esteve presente. Sempre cuidou e protegeu, mas falhou em muitas coisas. Ele bebia muito e era grosseiro com a gente às vezes".

Sempre foi uma relação conturbada. Minha mãe diz que temos muita amargura. 


Segundo conta, o pai vive em estado vegetativo. A saúde se deteriorou após um quadro de diabete, que se agravou e ele precisou amputar uma perna. 

“O sonho da minha mãe era arrumar a casa. Ele dizia, você só vai arrumar essa casa por cima do meu cadáver. É engraçado como as palavras tem poder. Foi em cima do ‘cadáver’ dele vivo, porque hoje ele vegeta, que ela arrumou a casa. E eu venho ajudando ela a realizar esse sonho”, afirma.

O poder do MasterChef na vida de Edleide


 



Edleide construiu a própria família. Casou-se e teve três filhas. Depois de abdicar da carreira para se dedicar à maternidade, ela voltou a sonhar com um futuro profissional graças ao MasterChef Brasil.  

“Entrar no MasterChef foi a minha grande forma de mostrar para elas que sonhos não são intangíveis. A minha meta foi cumprida. Elas têm os sonhos delas e foi uma forma de mostrar que não podemos desistir”, declara.

O próximo plano é abrir um restaurante. Se um dia teve dúvida do próprio talento culinário, isso ficou no passado. “O MasterChef foi a afirmação que eu precisava”, define.

Assista à entrevista na íntegra no vídeo acima e conheça melhor a história de Edleide Araújo.