Masterchef

"Preto, pobre e favelado na TV? Não acreditava que seria possível", diz Estefano

O chef confeiteiro Estefano Zaquini relembra experiência em duas temporadas do MasterChef, fala sobre relação com Érick Jacquin e desejo de apresentar programa de televisão; leia a entrevista

Amanda Caroline

O chef Estefano Zaquini participou de duas temporadas do programa
O chef Estefano Zaquini participou de duas temporadas do programa
Carlos Reinis/Band

Estefano Zaquini realizou o sonho de muitos ex-participantes do ‘MasterChef’: tanto os cozinheiros amadores quanto os profissionais desejam retornar ao programa, um feito que o chef confeiteiro ostenta no currículo com orgulho. Primeira temporada do ‘MasterChef Brasil’ (2014)? Check! ‘MasterChef – A Revanche’ (2019)? Check também!

O paulista de Santo André, que pisou na cozinha do talent show pela primeira vez aos 19 anos, relembra sua realidade na época, que representa a vida de luta de milhões de brasileiros. Em entrevista ao Band.com.br, ele conta que não acreditava que seria possível participar de uma competição culinária na televisão, lugar onde, hoje, se sente em casa.

“Minha infância não foi fácil. Não tinha condições financeiras e acesso à TV a cabo, à internet… Não sabia o que era ‘MasterChef’. Quem me inscreveu no programa foi a minha tia. No começo, eu desacreditei da ideia. Preto, pobre e favelado na televisão? Onde já se viu? Não acreditava que seria possível. Caí de paraquedas no programa. Foi um choque, mas eu gostei”, relata.

‘A Revanche’

Cinco anos passaram de uma participação para a outra e muita coisa aconteceu na carreira de Estefano: ele se formou na faculdade de gastronomia, trabalhou na cozinha do chef Érick Jacquin, se tornou professor de confeitaria e referência na área. Em 2019, sua bagagem já estava pesada.

Estefano fala sobre a decisão de viver a experiência do talent show pela segunda vez. “Todo participante sonha em voltar à cozinha do programa, mas para superar o Estefano da primeira temporada, que era imaturo, não tinha conhecimento nenhum de cozinha e que foi com a cara e a coragem. Quando participei de novo, foi para provar que poderia ganhar mesmo”, conta.

O chef encontrou muitos desafios na sua revanche – encarar o jurado francês, seu mentor e ex-chefe, foi o principal deles. “Pensava que poderia ‘sujar’ o meu currículo se fizesse alguma merda. Afinal, as pessoas estavam me vendo novamente”, relembra Estefano. “E o Jacquin, meu mestre e pai na gastronomia, estava me julgando de novo depois de trabalhar quatro anos com ele. A responsabilidade aumentou e eu não queria decepcioná-lo”, acrescenta.

Faz três anos que Estefano participou de ‘A Revanche’. Então, o spoiler é permitido: ele ficou em segundo lugar na competição – Vitor Bourguignon levou o troféu para casa. Nesta experiência, o chef adotou uma estratégia particular para chegar onde chegou: “vivi um episódio de cada vez”. “O ‘MasterChef’ não ficou mais fácil da segunda vez, mas minha experiência na cozinha me fez lidar melhor com o tempo e a pressão. Nada é fácil na cozinha do ‘MasterChef’”, garante. 

Relação com Érick Jacquin

O jurado francês foi o primeiro a estender a mão para Estefano após sua primeira participação no programa. “Quando saí da cozinha, Jacquin me ofereceu um emprego e enxerguei uma oportunidade de mudança de vida. Não pensei duas vezes e, no dia seguinte, eu já estava no restaurante dele, o Tartar & Co [localizado na zona oeste da capital de São Paulo]”, conta.

“Até me acostumar foi difícil, mas ele foi meu professor, a ‘chave’ que mudou a minha história, e aproveitei essa oportunidade ao máximo. Ele é um dos chefs mais influentes do país. Tudo o que eu poderia absorver, eu absorvi. A faculdade me ensinou a teoria, mas o chef ensinou a prática”, afirma.

Confeiteiro de mão cheia

O ‘MasterChef’ revelou a paixão de Estefano por doces – e quem é fã do programa sabe que os cozinheiros chegam a ter medo de fazer sobremesa. “Confeitaria é alquimia, você precisa sentir um amor maior por ela. Gosto muito de misturar sabores, inovar e criar”, explica. “Se a sobremesa é excepcional, a pessoa vai do restaurante ou evento com uma sensação muito boa, é o passo que encerra o ciclo da refeição. Comer é um ato de prazer, e as pessoas sentem isso no doce”, completa

Hoje, Estefano tem uma confeitaria para chamar de sua: a Moses Café e Confeitaria, em Santo André, no ABC Paulista. “Ela é a 'princesinha’ do bairro. Aqui, a gente oferece a experiência da sobremesa de qualidade”, conta. O cheesecake e a torta holandesa do chef são as mais pedidas.

“Um homem sem sonhos é um homem morto”

Vamos à checklist da carreira de Estefano? Duas temporadas de ‘MasterChef’; trabalho no restaurante de Érick Jacquin; faculdade de gastronomia; professor de confeitaria; dono da sua própria confeitaria. Ufa! Parece muito, mas o chef sonha em alcançar muito mais. Afinal… “Um homem sem sonhos é um homem morto”, declara.

“Quem me conhece sabe que eu não morro sem ter meu programa de TV”, dispara. Além do ‘MasterChef’, Estefano já participou de atrações como ‘Melhor da Tarde’ e ‘The Chef com Edu Guedes’. “Sorrio para câmera e ela sorri de volta pra mim. Sou muito tímido, mas quando liga a câmera, eu me realizo. Quero ensinar culinária para os outros e deixar um legado. Não levamos nada dessa vida, mas deixamos coisas. Quem foi Estefano? Alguém que fez a diferença na vida das pessoas. Adoçar a vida de alguém é um prazer”, finaliza.

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