Fernando Alonso (Alpine) já está entre os maiores pilotos da história da Fórmula 1. Ao longo de 18 temporadas na categoria, o espanhol participou de 335 GPs (só fica atrás de Kimi Räikkönen na história com 352) e conquistou dois títulos mundiais (em 2005 e em 2006), 32 vitórias e 98 pódios.
Mas o Príncipe das Astúrias não está satisfeito. Para ele, ainda falta um objetivo a ser alcançado na Fórmula 1: disputar um título mundial com Lewis Hamilton e em iguais condições.
Alonso foi companheiro do piloto inglês em 2007, na McLaren, porém a relação estremecida e as brigas nos bastidores fizeram com que os dois perdessem o campeonato para Kimi Räikkönen, da Ferrari.
“Acho que com Lewis não tinha, digamos, a competição que eu procurava. Compartilhamos um time e isso, para as pessoas em geral, é a maior luta que se pode ter, mas em 2007 acho que nenhum de nós estava pronto. Acabamos com o mesmo número de pontos, o que pode ser visto como acirrado, mas acho que nós dois poderíamos ter feito melhor”, comentou Fernando para o podcast oficial da F1 Beyond The Grid.
Depois de 2007, Alonso nunca mais conseguiu disputar o título com Hamilton, principalmente por conta do domínio do inglês e da Mercedes nas temporadas seguintes – enquanto o espanhol sofria com os desacertos da Ferrari e da McLaren.
“Esse é um ponto que falta na minha carreira, mas obviamente ele é uma lenda do esporte e, como Michael [Schumacher], ultrapassou o limite, porque se você quiser vencer Lewis, precisa fazer o seu melhor”, afirmou Alonso.
Alonso considera Schumacher o seu maior rival
Os primeiros anos da carreira de Fernando pela Fórmula 1 foram meteóricos. Em 2005 e em 2006, ele conseguiu fazer aquilo que todos julgavam impossível na época: desbancar o alemão Michael Schumacher, que vinha de cinco títulos mundiais.
“Sem dúvidas, ele extraiu o melhor de mim. Acho que o Michael é o maior rival que eu tive em toda a minha carreira. Ele era como um professor para mim, eu era jovem naquela época e estava nos meus primeiros anos. Eu tive a oportunidade de lutar pelo título e talvez não estivesse preparado para algo tão grande”, contou o espanhol.
O asturiano se lembra de como a lenda alemã conseguia superar as dificuldades quando o fim de semana não estava a favor.
“Ele foi um piloto que sempre fez algo especial, em algumas corridas a Renault era melhor ou pensávamos que tínhamos vantagem. Tudo acontecia muito bem na qualificação, falavam que eu que estava na pole. Mas depois, no parque fechado, eu via que o Michael era o segundo e me perguntava ‘como isso pode ser possível?’”, recordou Alonso.
O espanhol desafiava o grande momento construído por Schumacher com um carro que não era considerado o melhor do grid.
Segundo Alonso, isso foi uma tendência ao longo da carreira, já que na Fórmula 1 teve o melhor carro “provavelmente três vezes”. Por esse motivo, ele considera os títulos de 2005 e 2006 (contra Schumacher) representativos.
“O fato de ganhar sem ser o favorito desde o início não muda a alegria nem o orgulho. O mais importante é que em 2005 conquistámos um título que não esperávamos. A Renault estava cada vez melhor, mas não tinha condições de brigar pelo mundial. Foi uma surpresa fantástica e foi a primeira, o que sempre é sinônimo de dupla felicidade”, comemorou.
A amizade com Räikkönen
O último assunto abordado por Fernando Alonso em sua participação no podcast oficial da F1 Beyond The Grid foi a amizade com Kimi Räikkönen (Alfa Romeo).
O espanhol e o finlandês decidiram duas vezes o título mundial de pilotos: em 2005 (vencido por Alonso) e em 2007 (vencido por Räikkönen).
“Ele é um dos pilotos que você mais quer ver, principalmente depois das corridas. É alguém com quem você pode conversar sobre diversos assuntos, porque ele vai direto ao ponto mais importante”, disse Alonso, que ainda completou. “Ele é um piloto muito honesto. Ele tem uma máscara de ser uma pessoa fria, que não fala muito, mas por trás dela está outra pessoa. Ele não é o 'homem do gelo', ele é alguém mais quente”.
Ambos estrearam na Fórmula 1 em 2001 e tiveram a oportunidade de compartilharem os luxos da categoria – como a primeira classe dos aviões e as hospedagens cinco estrelas. “O curioso é que nos domingos à noite nós somos pessoas normais. Nós rimos de como esse mundo às vezes se torna falso”, finalizou Alonso.