Contratado para o cargo de Diretor Esportivo da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) em janeiro de 2023, Steve Nielsen se demitiu na última quinta-feira (21), antes mesmo de completar um ano no cargo. Segundo a BBC, Nielsen deicidu sair por entender que a FIA não estava disposta a realizar mudanças que ele julgava necessárias para o pleno funcionamento da direção de provas. 

Essa é a segunda demissão em cargos de chefia na FIA em menos de duas semanas, já que Deobra Mayer, chefe da Comissão de Mulheres no Automobilismo, pediu as contas em 13 de dezembro. Nem a Federação e nem os profissionais que renunciaram aos cargos deram declarações a respeito das respectivas saídas da Federação. 

Nielsen tinha grande experiência na Fórmula 1. O britânico entrou na F1 em 1980 e foi diretor esportivo em equipes como Lotus, Tyrrell, Honda, Benetton, Arrows, Renault e Williams. Em 2017, quando a Liberty Media comprou os direitos da Fórmula 1, Nielsen foi convidado para trabalhar na categoria, onde ficou até o início desse ano. 

As movimentações acontecem em um momento em que o presidente, Mohammed Ben Sulayem, da FIA se vê mergulhado em controvérsias. No início do mês, lançou uma investigação para apurar denúncias de conflitos de interesses envolvendo Toto Wolff, chefe da Mercedes, e sua esposa, Susie Wolff, diretora da F1 Academy. Contudo, Ben Sulayem acabou se vendo politicamente isolado após todas as outras equipes negarem ter denunciado a Mercedes. 

Dois dias depois, pressionada pelo movimento sem precedentes de união das equipes em torno de Susie, a FIA voltou atrás.

“A FIA pode confirmar que não há investigação em andamento em termos de inquéritos éticos ou disciplinares envolvendo qualquer indivíduo. Como regulador, a FIA tem o dever de manter a integridade do automobilismo. A FIA reafirma o seu compromisso com a integridade e a justiça", afirmaram em comunicado.