Fórmula 1

Fim de dinastia, briga e quase: os títulos mundiais decididos em Interlagos

Foram seis decisões históricas de título mundial que aconteceram no Grande Prêmio realizado no Brasil

Da redação

Foram seis decisões históricas de título mundial que aconteceram no GP em Interlagos
Foram seis decisões históricas de título mundial que aconteceram no GP em Interlagos
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A temporada de 2022 da Fórmula 1 chegará a sua 19ª etapa no Grande Prêmio de São Paulo, que acontecerá dos dias 11 a 13 de novembro no Autódromo de Interlagos. Desta vez, a corrida será significativa apenas para a disputa pelo vice-campeonato entre Sergio Pérez (Red Bull) e Charles Leclerc (Ferrari), já que Max Verstappen (Red Bull) conquistou o título do Mundial de pilotos no GP do Japão, no início de outubro.

Com o campeão de 2022 já definido, o GP realizado no Brasil completará 10 anos sem decidir um título mundial, mesmo estando frequentemente entre as últimas etapas da temporada. A última vez foi em 2012, quando Sebastian Vettel conquistou o tri. Além disso, Interlagos foi pouco de outras cinco conquistas de mundiais de pilotos.

Confira todas as vezes em que o título mundial foi decidido no Brasil:

2005: o fim da dinastia de Michael Schumacher

Michael Schumacher foi o grande nome da Fórmula 1 no início do século XXI e construiu uma dinastia com a Ferrari ao conquistar cinco títulos mundiais consecutivos (2000-2004). A dominância era tão grande que ninguém conseguia imaginar o alemão perdendo a coroa tão cedo.

Mas a temporada de 2005 reservou surpresas logo nas primeiras etapas: a surpreendente Renault, de Fernando Alonso, se mostrou mais consistente que a McLaren, de Kimi Räikkönen, e a Ferrari, de Schumacher.

Com isso, o jovem espanhol abriu vantagem no Mundial de Pilotos e, mesmo com a recuperação das concorrentes ao longo do ano, chegou ao Brasil, na antepenúltima etapa, precisando apenas subir ao pódio para garantir o título.

Apesar de ter largado na pole, Alonso teve alguns problemas ao longo da corrida e foi ultrapassado pelas duas McLaren, de Juan Pablo Montoya, que venceu, e de Kimi Räikkönen. Ainda assim, garantiu a terceira colocação, o que permitiu 23 pontos de vantagem para o rival finlandês, sendo que só tinham mais 20 pontos ainda em disputa.

2006: Alonso leva a melhor em confronto direito com Schumacher

A Renault não era mais uma surpresa em 2006. Todos imaginavam que ela brigaria pelo título com Fernando Alonso, mas não sabiam exatamente contra qual adversário. Depois de um início de temporada marcado por problemas, a Ferrari cresceu a partir de junho e deu a Michael Schumacher um carro em condições de brigar pelo Mundial.

A vantagem de Alonso no campeonato, que era de 25 pontos após o Grande Prêmio do Canadá, foi sendo diminuída a cada etapa. A reação assustou a Renault que precisou contar com uma quebra de motor do carro de Schumacher, no Grande Prêmio do Japão, penúltimo da temporada, para chegar em boas condições de título no Brasil.

Em Interlagos, só havia uma possibilidade para Schumacher ser campeão: vencer e torcer para Alonso não pontuar. Mas nada disso aconteceu. O alemão terminou em quarto e o espanhol, em segundo, conquistando o segundo título mundial.

2007: o pé quente do Homem de Gelo

O finlandês Kimi Räikkönen teve a sua carreira marcada pela falta de sorte, principalmente no período em que esteve na McLaren, quando teve carros velozes e potentes, mas que apresentavam problemas com frequência.

A temporada de 2007 pode ser considerada a de redenção do Homem de Gelo. Incumbido da responsabilidade de substituir Michael Schumacher na Ferrari após a primeira aposentadoria do heptacampeão, Kimi contou com o racha entre Fernando Alonso e Lewis Hamilton dentro da McLaren para brigar pelo mundial.

O campeonato chegou a sua última etapa, no Grande Prêmio do Brasil, em um cenário caótico. Hamilton tinha 107 pontos, Alonso tinha 103 e Räikkönen, 100. O finlandês, portanto, reunia as menores chances de título, já que o piloto inglês não poderia terminar acima da sexta colocação e ainda era preciso secar o espanhol.

Um erro na largada seguido de problemas no câmbio jogou Hamilton para o fundo do grid, e apesar da reação, ele não conseguiu ir além da sétima colocação. Já Alonso não foi capaz de acompanhar o ritmo da Ferrari e ficou distante de Felipe Massa, o segundo colocado. Kimi assumiu a liderança na volta 50 e conduziu o carro para a vitória e para o título.

2008: Glock roda no fim e parte o coração dos brasileiros

De todas as decisões de título que aconteceram em Interlagos, a de 2008 certamente é a mais marcante para o torcedor. A disputa no Mundial foi acirrada desde o início entre os pilotos da Ferrari, Kimi Räikkönen e Felipe Massa, e o prodígio da McLaren, Lewis Hamilton.

Depois do Grande Prêmio da Bélgica, em setembro, a briga se concentrou apenas entre Massa e Hamilton. Quando o brasileiro parecia despontar para o título, um erro em uma parada nos boxes no GP da Singapura deixou o campeonato nas mãos do inglês.

No GP do Brasil, o último da temporada, Massa precisava vencer e torcer para que Hamilton chegasse no máximo na sexta colocação. Tudo estava se encaminhando para o título em casa, inclusive com Lewis cometendo erros incomuns.

Mas na antepenúltima volta a chuva apareceu e quase todos os pilotos foram para os boxes para trocar os pneus. Uma das exceções foi o quinto colocado Timo Glock, da Toyota, que permaneceu com o composto para pista seca. Na última curva de Interlagos, Glock perdeu aderência e Hamilton, que vinha logo atrás, conseguiu a ultrapassagem que lhe rendeu o primeiro dos sete títulos mundiais.

2009: Button entra para a lista de campeões

O título mundial de pilotos ficou com Jenson Button, mas o grande nome da temporada de 2009 foi Ross Brawn, ex-diretor técnico da Ferrari na parceria vitoriosa com Michael Schumacher e que comprou, naquele ano, a equipe Honda – que iria se retirar da categoria. Foi assim que surgiu a meteórica Brawn GP, campeã de construtores e que deu para Button e Rubens Barrichello um carro rápido e confiável.

Com seis vitórias nas sete primeiras etapas, Button sobrou. Apesar de não ter vencido nos outros 10 GPs da temporada, a vantagem era tão consistente que o inglês pôde falhar nos momentos derradeiros. Além disso, Barrichello, Sebastian Vettel e Mark Webber também não apareciam com regularidade entre os primeiros colocados.

No Grande Prêmio do Brasil, o penúltimo da temporada, Button só precisava terminar no pódio para confirmar o título. Porém, com os problemas no carro de Rubinho (perda de potência e depois um furo de pneu), a quinta colocação bastou para o inglês entrar para a lista de campeões mundiais.

2012: Vettel se torna o tricampeão mais jovem da história

A Ferrari não tinha um carro com tamanho potencial em 2012, mas Fernando Alonso elevou o nível da briga pelo título mundial contra Sebastian Vettel, que precisou se desdobrar em alguns momentos, mesmo com a Red Bull que tinha o melhor pacote da categoria.

O início de temporada do bicampeão foi melhor, mas quatro vitórias seguidas entre setembro e outubro colocaram Seb em vantagem na liderança do Mundial de Pilotos.

Quando chegaram ao Brasil, na última etapa do calendário, Vettel e Alonso estavam separados por apenas 13 pontos. O espanhol precisava vencer e torcer para que o alemão chegasse no máximo em quinto.

Deu quase tudo certo. Vettel terminou em sexto, mas Alonso não venceu. Em um final de prova emocionante, Jenson Button conseguiu segurar a vantagem de dois segundos para o rival da Ferrari e deu o terceiro título mundial para o alemão. Seb se tornou o tricampeão mais jovem da história com 25 anos, quatro meses e 22 dias.

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