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Feldman diz que Caboclo não demitiria Tite, mas admite pressão de ‘famosos’

Ex-secretário-geral da CBF revelou à Rádio Bandeirantes conversa recente com o presidente afastado da entidade

Da Redação, com Rádio Bandeirantes

O ex-secretário-geral da CBF, Walter Feldman, disse nesta terça-feira, 22, que não acredita em uma eventual demissão de Tite caso Rogério Caboclo permanecesse no posto de presidente da entidade. Mas admite que havia uma pressão de “torcedores famosos” pela saída do técnico da Seleção Brasileira.

“Nos últimos dias eu diria que tinha um grande grau de irritação. Havia alguns torcedores famosos pedindo a saída do Tite. Mas eu sinceramente acho que, fora essas manifestações, o presidente Caboclo não cometeria esse desalinho”, afirmou Feldman em entrevista ao jornalista Elia Júnior, no programa “Nossa Área”, da Rádio Bandeirantes.

“Houve um sentimento, mas ele não se concluiria”, completou.

Pouco antes de Caboclo ser afastado pelo Conselho de Ética da CBF, por acusação de assédio sexual e moral a uma funcionária da confederação, havia uma pressão externa pela demissão de Tite, sobretudo oriunda de setores alinhados ao presidente Jair Bolsonaro. O técnico foi alvo de críticas nas redes sociais por ser contra a realização da Copa América no Brasil.

Em entrevista no último domingo, 20, à Rádio Bandeirantes, Feldman, no entanto, admitiu que Bolsonaro pode ter pedido a saída do treinador que se declarou contra a realização da Copa América no país.

“A gente deve considerar isso mais como uma demanda como torcedor do que presidente da República. A CBF sempre manteve a seleção em uma blindagem de qualquer interferência externa. Aquela manifestação, se houve, parece que houve, foi de um torcedor. E não de presidente”, declarou Feldman ao jornalista Milton Neves.

O ex-cartola da CBF revelou uma conversa recente com Caboclo. Nela, o ex-presidente disse que não considerava Walter Feldman um traidor. “Tudo foi feito às claras. Eu avisei que eu trabalharia pelo seu afastamento”, disse.

Demissão

Feldman foi demitido na semana passada da CBF, após seis anos no cargo, em mais um capítulo da crise que se instalou na entidade. Um deles foi o anúncio dos clubes de que desejam criar uma liga e organizar os campeonatos das séries A e B.

Feldman entende que a reunião com os clubes foi definitiva para a demissão. De acordo com ex-secretário-geral, outros dirigentes da CBF se sentiram incomodados com a relação com os times.

Feldman falou sobre a possível mudança da relação dos clubes com a CBF.

“A liga é uma demanda antiga. O Brasil realizou algumas experiências que não deram certo. Eu acho que sempre talvez tenha faltado um aprofundamento desse tema, sem nenhum componente ideológico. Acho que os times podem se organizar”, afirmou.

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