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Brasil não tem política de Estado pela ciência, critica infectologista do Emílio Ribas

Brasil não tem política de Estado pela ciência, critica infectologista do Emílio Ribas

da Redação com Rádio Bandeirantes

Ciência básica é um investimento para todos, explicou Jamal PixaBay
Ciência básica é um investimento para todos, explicou Jamal
PixaBay

Jamal Suleiman, infectologista do Instituto Emílio Ribas, criticou neste sábado (30) em entrevista ao Jornal Gente a falta de incentivo à ciência no Brasil, o que, segundo ele, apenas foi escancarado com a pandemia do coronavírus e a busca por vacinas.

“Não há uma política de Estado pela ciência. Isso é fato, não sou eu falando. Durante um tempo tem certo investimento; entra outro governo, escasseia. A primeira coisa a ser interrompida sempre será em áreas que não são consideradas prioritárias”, disse.

“Dois anos atrás ouvimos a proposta [do atual governo]. A prioridade seria com profissionais que possam estudar para ter um trabalho e levar dinheiro para casa. A proposta desse governo é ter indivíduos que façam cursos lucrativos. Ciência básica não visa lucro. Visa respostas para a humanidade (…). E a vacina é a última fase do processo. Tem muita coisa de ciência básica antes”, completou. 

Segundo o infectologista, a população deveria pressionar os governantes para que as prioridades se invertessem, assim como deveria começar a pensar em como pretende encarar as próximas eleições. 

“Precisamos pressionar para que a ciência seja estratégia de Estado. Essa não vai ser a última situação que vamos vivenciar neste século. O homem invade sistemas, vai acabar emergindo outra zoonose, outra pandemia que vai trazer problemas graves. É fundamental que as pessoas entendam que investimento em ciência básica é caro, demora, exige dedicação, mas é um investimento para todos (…). Daqui a pouco tem eleição. As pessoas precisam pensar nisso.”

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