A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) disse nesta quarta-feira (2) que recebeu “com surpresa” a operação da Polícia Federal, que fez buscas e apreensões nos endereços dela.
“Foi com muita surpresa que eu recebi a Polícia Federal na minha casa, às 6h da manhã, com minha mãe e meu filho dormindo em casa e em que foram apreendidos meu passaporte, meus dois celulares e mais um HD que tem coisas da minha vida do Legislativo, enfim desses quatro anos e meio de mandato”, comentou a parlamentar em entrevista coletiva.
Zambelli afirmou que desde que soube que estava envolvida em atos ilícitos, seus advogados protocolaram na Polícia Federal uma petição que diz que a deputada estaria “inteiramente à disposição da PF e do Judiciário” para prestar qualquer tipo de esclarecimento.
Em relação a Walter Delgatti, a deputada afirmou que não tem nenhuma relação com o “hacker da Vaza Jato”. Zambelli pontuou que ele não gostava de falar por telefone e sempre queria conversar ao vivo, mas, segundo ela, foram poucos encontros, onde conversaram sobre tecnologia.
A deputada pontuou que ajudou Walter Delgatti financeiramente para uma viagem a Brasília, quando ele informou que teria provas para apresentar e que teria serviços para oferecer ao Partido Liberal (PL). Ela contou que o levou até o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, e tiveram uma reunião.
“Eu fiz que ‘não’ para o Valdemar não contratar. Ele ofereceu o serviço de participar de uma espécie de auditoria das urnas eletrônicas do primeiro e segundo turno. Depois disso, ele foi conhecer Bolsonaro, porque disse ele que teria muitas informações sobre tecnologia, a conversa foi privada, mas a pergunta que o presidente fez foi se as urnas eram confiáveis e ele disse que nenhum sistema tecnológico é confiável”, declarou.
Segundo ela, a partir dessa reunião, não houve mais nenhum contato com Bolsonaro. “A impressão que eu tenho é que estão tentando envolver o presidente através de mim por eu ser bastante ligada ao presidente”, pontuou.
Zambelli declarou que depois das eleições, foi feito um pagamento de R$ 3 mil por um prestador de serviço, no mês de novembro, "Como eu poderia ter pedido uma fraude nas eleições no mês de novembro depois de ela ter acontecido? Os fatos não batem. O que eu tinha subcontratado através dele [Delgatti] foi a ligação das redes sociais minhas através do meu site. Ele não conseguiu fazer. Teve a tentativa de trabalhar com ele [Delgatti], mas infelizmente não deu certo", afirmou Carla Zambelli.
