O presidente Jair Bolsonaro mudou o tom do discurso e disse nesta terça-feira (26) que as vacinas vão dar conforto e segurança para a população.
Ele e Paulo Guedes participaram do evento online de um banco suíço e aproveitaram a atenção do mercado para mandar uma série de recados. O primeiro foi dado pelo ministro da Economia: auxílio emergencial neste ano, apenas se tudo der errado.
“Se a pandemia se agrava, e continua 1500 mortes por dia, e a vacina não chega, se falhássemos miseravelmente na entrega das vacinas, o que eu não acredito? Vamos observar”, explicou o ministro.
Guedes fez questão de ressaltar também que a volta do benefício estaria condicionada a uma série de fatores, como a aprovação de uma nova PEC da guerra, proposta que cria uma espécie de orçamento paralelo somente para investimentos no combate à pandemia, além de cortes de gastos em áreas prioritárias.
O evento também marcou uma mudança gradual de discurso do presidente sobre a vacinação. Antes, Bolsonaro atacava a CoronaVac e a China. Agora, fala em "conforto e segurança".
“Já somos o sexto país que mais vacinou no mundo, brevemente estaremos nos primeiros lugares para dar mais conforto a população, segurança a todos, e de modo que a nossa economia não deixa de funcionar”, disse o presidente. [Observação: o Brasil ainda não é o sexto país que mais vacinou. Segundo a Universidade de Oxford, o Brasil é o 13º nesse ranking. Na última semana, o País foi o quinto que mais vacinou].
O governo deu também sinal verde para a possibilidade de vacinação privada. As empresas que quiserem imunizar os funcionários, no entanto, terão de doar para o SUS a mesma quantidade de doses aplicadas. Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), se reuniu com Bolsonaro para discutir o assunto.
O problema é a alta demanda mundial. A Astrazeneca, por exemplo, destacou que não tem capacidade de atender o mercado.
A intenção das empresas é comprar 33 milhões de doses: 16 milhões e meio delas iriam para o plano nacional de imunização do governo.
A solução pode ser a opção por imunizantes que ainda não estão sendo comprados por nenhum país, como o indiano Covaxin.