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Entenda por que sangue raro de Faustão ajudou no transplante

Pacientes com sangue B, mesmo do apresentador, costumam transplantar mais rápido por ter menos pessoas compatíveis na fila

Da redação

O apresentador Fausto Silva
O apresentador Fausto Silva
Reprodução/Band

O tipo sanguíneo raro de Faustão facilitou que o transplante de coração fosse realizado com mais rapidez, apontam especialistas. Somente cerca de 10% da população no Brasil tem sangue B, o mesmo do apresentador.

Os pacientes com sangue B acabam transplantando mais rápido porque o sangue é mais raro. Dos sangues O e A, eu tenho 100 pacientes na lista para cada. Do sangue B, tenho oito, explica Eduardo Fernandes, chefe de transplantes hepáticos do Hospital Silvestre, do Rio de Janeiro.

Por estar em uso contínuo de medicação para melhorar o funcionamento do coração, Fausto Silva teve prioridade na fila de transplantes do Sistema Único de Saúde (SUS). Saiba mais no vídeo abaixo.

Esse critério foi aplicado em relação a outros pacientes com tipo sanguíneo B. Na fila, a urgência também vale para pessoas que usem um dispositivo eletrônico para ajudar o coração a bater.

Com 23 dias internados e na espera do SUS desde 8 de agosto, o apresentador recebeu um coração doado para realização do transplante no último domingo (27).

Na manhã desta terça-feira (29), Faustão foi extubado, passa bem e respira sem auxílio de aparelhos. De acordo com boletim médio, o apresentador está consciente, conversa normalmente com os médicos e o coração novo está funcionando bem.

Por que é impossível furar a fila de transplantes

  • Existe um sistema único informatizado dos pacientes que precisam de órgãos que vale para o Brasil inteiro.
  • Não existe como interferir na central de transplantes.
  • Várias regras definem a fila do SUS. Um dele é o tipo sanguíneo.
  • Apenas pessoas com sangue B ou AB podem receber órgão de um doador com tipo B, por exemplo.
  • Outros dados, como tamanho do órgão, também precisam ser considerados. Para exemplificar: uma pessoa de 50 quilos não poderia receber o coração de alguém com 30 quilos a mais.

Francisco Monteiro, coordenador da central de transplantes do Estado de São Paulo, concedeu uma entrevista exclusiva à BandNews FM nesta segunda-feira (28) e explicou por que nenhum paciente consegue furar a fila de doadores.

"Existe um sistema informatizado de gerenciamento online para todo Brasil. […] É impossível haver interferência na central de transplantes."

Segundo o especialista, a lista segue determinadas regras para distribuição dos órgãos - entre eles, a tipagem sanguínea.  

"Apenas receptores do grupo sanguíneo 'B' ou 'AB' é que vão receber órgãos de um doador com tipo B. Receptores do grupo 'A' ou 'O' automaticamente são descartados."

Outros dados, como tamanho do órgão, também precisam ser levados em consideração. Por exemplo, um coração de uma pessoa que pesa 80 quilos não caberia no mesmo espaço de outro indivíduo que pesa 50 quilos.

Questionado sobre a recusa do primeiro paciente na fila de receptores do coração que Fausto Silva recebeu, Francisco explicou que a equipe médica responsável determinou a recusa por possível incompatibilidade.

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