O Parlamento da Hungria ratificará a entrada da Suécia na Otan na próxima semana, eliminando assim o último obstáculo para a entrada do país escandinavo na aliança militar, afirmou nesta sexta-feira (23/02) o primeiro-ministro húngaro, o ultranacionalista Viktor Orbán. O anúncio ocorreu paralelamente a um acordo para a compra de quatro caças suecos Gripen pela Hungria
"O Parlamento se reunirá na segunda-feira e tomará as decisões necessárias, que encerrarão esta fase", disse Orbán em uma coletiva de imprensa em Budapeste ao lado do seu homólogo sueco, Ulf Kristersson, que disse que os dois países, apesar das suas diferenças, são parceiros na na União Europeia (UE) "e em breve também na Otan". "Como você e eu sabemos, nós não concordamos em tudo, mas concordamos que devemos cooperar onde for possível", disse o sueco.
A Suécia, juntamente com a Finlândia, abandonou décadas de neutralidade militar ao anunciar planos para ingressar na Otan após a invasão em grande escala da Rússia na Ucrânia em fevereiro de 2022.
Após a ratificação pelo Parlamento da Turquia em 23 de janeiro, a Hungria – que mantém laços econômicos estreitos com a Rússia – continua sendo o último entre os 31 membros da Aliança que ainda não aprovou a entrada da Suécia.
A ratificação pelo Parlamento húngaro, onde o partido Fidesz de Orbán tem uma maioria de dois terços, foi adiada várias vezes.
Os deputados deste partido defenderam esses adiamentos pelo fato de a Suécia ter criticado a situação política e a deriva democrática na Hungria, também denunciada pela UE. É necessário o apoio unânime de todos os membros da Otan para admitir novos países.
Caças
O anúncio da visita de Kristersson à Hungria nesta sexta-feira ocorreu pouco depois de os deputados do Fidesz terem anunciado na terça-feira que tinham pedido ao presidente do Parlamento que incluísse o assunto na ordem do dia.
Os dois primeiros-ministros também anunciaram que a Hungria comprará mais quatro caças Gripen de fabricação sueca, que se juntarão aos 14 que vem recebendo em regime de aluguel desde 2006.
"Não apenas manteremos nossa capacidade de defesa aérea, mas a aumentaremos. O que significa que nosso compromisso com a Otan será fortalecido, assim como nossa participação nas operações conjuntas da Otan", disse Orbán.
Além disso, foram assinados acordos relacionados à manutenção e prestação de serviços dessas aeronaves.
jps (EFE, Reuters)