Jornal da Band

Ayrton Senna influencia gerações 30 anos após morte: 'Brasil que dava certo'

Morte do piloto que fez milhões de brasileiros torcerem e acompanharem a Fórmula 1 completa 30 anos nesta semana

Dan Sister

Ayrton Senna durante o GP do Brasil de 1993
Ayrton Senna durante o GP do Brasil de 1993
@f1/Twitter

Nesta semana, a morte de Ayrton Senna completa 30 anos. O ídolo, que fez milhões de brasileiros torcerem e influencia até hoje diversas gerações, não teve tempo de se tornar o maior campeão da história. Mas até um dos maiores o trata como tal:

Meu favorito. Quem me inspirou para eu chegar onde cheguei foi Senna. - Lewis Hamilton. 

Décadas antes de Lewis ganhar o apelido de patrão, Senna já era o chefe. “Chefe era apelido”, brinca Rubinho Barrichello. O melhor piloto do mundo dispensa apresentações, mas Ayrton Senna fazia questão de se apresentar mesmo assim. 

O introvertido paulistano desde menino, sabia que iria longe. Após brilhar no kart, foi campeão da Fórmula Ford, brilhou na Fórmula 3, mas a cabeça já estava pensando no topo do automobilismo, como conta o jornalista Reginaldo Leme. 

Ayrton era o Brasil que dava certo - Cacá Bueno

“Como ele teria essa certeza? Mentalmente, já era um multicampeão da Fórmula 1", diz. Senna só foi estrear na Fórmula 1 em 1984, na equipe Toleman, na temporada seguinte, na Lotus. E logo na segunda corrida, no Circuito de Estoril, já mostrou que para ele não tinha tempo ruim. Senna só não fez chover, mas como se dava bem na pista molhada! E foi nesse clima que recebeu a primeira bandeira quadriculada na categoria. 

União Ayrton e McLaren foi imbatível em 1988

Em 1988, começava a era de Ayrton Senna na McLaren. Com aquela máquina, não teve para ninguém na temporada, nem para o companheiro de equipe, Alain Prost. E foi neste ano, no GP do Japão, que ele como pole position não conseguia largar, mas, da 17ª posição, ele passou todo mundo e conquistou o primeiro título na Fórmula 1. 

A rivalidade com o francês Prost era um show à parte. O piloto faturou a temporada seguinte, jogando o carro em Senna. Em 1990, os dois disputaram o mundial até a última corrida no Japão. Senna largou na frente, mas na primeira curva, deu o troco no rival, que havia ido para a Ferrari. E assim, ele levantou o segundo caneco dele. 

Vitória sem marcha em Interlagos marcou carreira de Senna

O ano de 1991 foi inesquecível para os brasileiros, não só pelo tri mundial de Senna, mas também pelo que ocorreu em Interlagos. Senna conquistou a primeira vitória em casa com emoção, sem praticamente nenhuma marcha. Um esforço físico tão intenso que ele não conseguiu sair do carro sozinho. 

Morte de Senna deixa legado

A última temporada de Senna, em 1994, é até difícil de lembrar. O piloto trocou de equipe e foi para a Williams. Logo na terceira corrida, em Ímola, na Itália, Senna teve a barra de direção quebrada e perdeu o controle do carro. 

Senna deixou as pistas apenas fisicamente. O legado que ele deixou para os brasileiros é eterno e não se trata apenas do Instituto Ayrton Senna. O ídolo também ajudou a salvar a vida das gerações seguintes de pilotos também, mudando a segurança na categoria, como avalia o ex-piloto de Fórmula 1 e atual piloto de Stock Car, Felipe Massa. 

"Ele é um pedaço do nosso país, mas trouxe segurança. Após o acidente dele, com tudo o que aconteceu, de lá até agora, outros acidentes também, trouxe muita segurança para os carros. Na época do meu acidente, se eu não tivesse com um capacete de fibra de carbono, não estaria aqui também", diz Felipe Massa. 

O piloto de tantos pilotos deixou muito mais que lembranças felizes daquelas manhãs de domingo em Interlagos e os títulos da Fórmula 1. Ayrton Senna virou grande exemplo que, de uma forma ou de outra, está mais vivo do que nunca. Está na cara, nas praças, murais desse mundão afora, seguindo presente. Ainda bem, porque nosso líder nunca admitiu ficar para trás. 

Tópicos relacionados