Sempre foi assim: o carro sai da loja 0 km, e depois só perde valor.
Mas este ano, os seminovos – principalmente aqueles com até três anos de uso – estão, na verdade, se valorizando.
Uma parte hoje é vendida com preço acima da tabela Fipe, usada como referência pelo setor.
“Esse carro que, teoricamente, dois anos atrás valia R$ 90 mil, está valendo R$ 120 mil hoje na tabela Fipe”, avaliou a economista Tereza Fernandes.
“Os preços estão muito altos, mas a gente está na luta. Vamos fazer umas pesquisas e ver o que a gente consegue fazer”, diz o advogado Renato Marques, que pesquisa há um mês e meio, “mais ou menos”, por um carro.
O fato é que os veículos novos estão chegando em menor quantidade no mercado. E isso deve se manter em 2021.
Só que a procura por veículos usados cresceu, e a diferença nesta conta é o que tem feito os preços subirem.
Com a paralisação das linhas de produção em fábricas de todo o mundo, começaram a faltar peças, em especial semicondutores essenciais para os circuitos eletrônicos dos carros.
“Esperamos que agora, no próximo semestre, isso volte a normalizar as vendas do carro zero. Nós precisamos do carro zero na rua para amanhã termos o carro seminovo”, disse Ilídio dos Santos, presidente da Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores).