A CPI da Pandemia retoma os trabalhos nesta terça-feira (2). E o foco volta a ser as investigações de supostas irregularidades nas negociações para compra de vacinas contra covid-19.
O primeiro depoimento na volta aos trabalhos será do reverendo Amilton De Paula, apontado por representantes da Davati como intermediador na oferta de vacinas. À frente da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), uma espécia de ONG, ele teria recebido aval do Ministério da Saúde para negociar imunizantes.
“Naquela entidade meio esquisita chamada Senah, que intermediou venda de vacina para o governo sem que vacinas existissem”, explica Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão no Senado.
Nesta quarta, o coronel Marcelo Blanco, que trabalhou no Ministério, vai ser questionado sobre um suposto pedido de propina do ex-diretor de logística Roberto Dias. Já na quinta, o empresário Airton Cascavel, amigo do ex-ministro Eduardo Pazuello, deve explicar a presença dele em reuniões quando ainda não tinha cargo de assessor.
Aliados do Planalto dizem que o grupo majoritário da CPI continua a buscar fatos que incriminem o governo. E agora contam com a ida do ex-integrante da comissão, Ciro Nogueira, que assumiu a Casa Civil.
“Fica mais fácil a posição do senador Ciro que assumirá ainda esta semana na Casa Civil. Acho que também vai nos ajudar neste processo para que a gente possa conduzir a CPI ao melhor termo”, disse Luis Carlos Heinze (PP-RS), novo titular da comissão em entrevista à BandNews TV.
Ainda nesta segunda, o comando da CPI vai se reunir para discutir se põe para votar a convocação do Ministro Da Defesa, Braga Netto. A dúvida é se isso pode acirrar o clima entre a comissão e as Forças Armadas.
Responsável por uma carta em que repudiou críticas da CPI a militares, o general, ainda como ministro da Casa Civil, teria coordenado uma reunião em que se discutiu a mudança na bula da cloroquina, para usar o remédio contra a covid-19.